PONTA NEGRA E O TURISMO –

Quem acompanha meus escritos sabe do olhar carinhoso que lanço sobre Ponta Negra.Estes dias de maré cheia pela manhã os nativos e turistas ficam mais no calçadão, criando um ambiente confuso que torna patente a esculhambação reinante em nosso cartão postal.

Com a fiscalização de férias ou ineficaz os ambulantes deitam e rolam, aos montes, tornando a passagem difícil e a sujeira presente, num festival de quadros, frutas, miçangas, cocos, coxinhas, serviços ofertados e lojas sobre rodas, que se misturam a bêbados, batedores de celulares, malandros, sanfoneiros, cartomantes, religiosos, ratos e os usufrutuários do espaço, que vendo essa babilônia multicultural, diversa, apologética, disforme, radicalmente solta e de autoregulamentação própria, Deus sabe o que sai pensando.

Hoje meu olhar carinhoso entrou de férias. Penso nas verbas do turismo indo para participação em feiras, diárias, stands, coberturas, mídias, enquanto o calçadão horroroso, de pedras quase pretas e amarelas, morto nas cores, apagado, sujo, malcheiroso, não recebe um lava jato, a regulamentação não se efetiva, a urbanidade não se instala e o visual feliz do lado de cá não se aproxima do de lá, onde o mar faz sua parte e o Morro do Careca se amostra com sua beleza, sempre belos e presentes.

É preciso arrumar a casa para depois buscar gente. Trazendo a galera para esse muquifo que está, só se for uma ruma de poetas, escritores, como eu, que normalmente só veem o lado bom das coisas.

Mas a banda toca de outra forma e a grande maioria das pessoas observa mais as desafinadas da banda, levando para casa a informação que o show foi mais ou menos e que é preciso ensaiar mais.

Ave Maria, que situação …

 

Flávio Rezende – Jornalista 
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