Crea realiza vistoria na Ponte de Igapó, em Natal — Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi
Crea realiza vistoria na Ponte de Igapó, em Natal — Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi

A explosão de uma bomba na Ponte de Igapó, em Natal, na terça-feira (21) – em mais um ataque criminoso no Rio Grande do Norte – gerou análises periciais inicialmente distintas de órgãos responsáveis em relação à estrutura da ponte, que apresentava uma “fratura”.

As análises divergentes foram do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do RN (CREA-RN) – que apontou que há risco de tráfego na ponte e que a fratura foi causada pela bomba explodida – e do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) – que apontou que não houve dano com a explosão.

Nesta quinta (23), representantes dos órgãos se reuniram e deram uma coletiva de imprensa ao lado de representantes do Governo do RN e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit)

Nela, o Itep informou que o foco da apuração do órgão é a parte criminal e que a análise estrutural da ponte será com o CREA e Dnit.

Veja o que cada representante dós órgãos falou:

Itep

O diretor do Itep, Marcos Brandão, explicou que a parte que o Itep vai ser responsável é a criminal, já que essa é atribuição do órgão.

“Nós temos engenheiros, todos capacitados, para fazer análise. Nossa análise é no aspecto criminal. É primeiro pra materializar o crime, pra constatar que houve explosão, depois pra estabelecer a dinâmica e depois pra estabelecer uma provável autoria de quem cometeu aquele crime”, disse o diretor do Itep, Marcos Brandão.

“Bom ressaltar: nós não temos a atribuição que o CREA tem, nem que o DNIT tem. Cada um no seu quadrado. Então, por isso que não existe interferência um no trabalho do outro. Não existe essa situação de que o CREA foi contraditório não, de forma nenhuma. Nosso trabalho é investigativo, de investigação criminal. O CREA não pode fazer esse tipo de trabalho. Quem cabe fazer esse trabalho é o ITEP, atribuição exclusiva. Agora, o que que vai ser preciso fazer pra reparar a ponte? Se se tem risco da ponte colapsar? Isso é com CREA e com o DNIT, esses órgãos que são responsáveis por essas informações”, completou.

CREA

O especialista em recuperação e reforço dde estrutura do CREA, que realiza análises em obras de grande estrutura, reforçou a perícia inicial do órgão de que é importante o impedimento da passagem de veículos e cargas mais pesadas no trecho neste período para evitar um maior desgaste. O trecho afetado já não está sendo utlizado em função das obras na Avenida Felizardo Moura.

“Ocorreu uma fratura na parte do concreto, com a exposição da parte do concreto. Então, essa bainha não está mais tracionada, portanto não dando mais sustentabilidade ao tabuleiro da ponte neste trecho. No trecho que ocorreu o fato do artefato, não pode ser utilizado com carregamento. Atualmente esse trecho, como está interditado, não tem risco de colapso, já que não está sendo utilizado”, explicou o especialista em recuperação e reforço de estrutura do CREA, Fábio Ferreira.

Ele confirmou a sugestão ao DNIT de interdição do trecho e disse que a execução desse serviço é rápida, porém a elaboração do projeto demanda mais tempo, além das questões burocráticas.

“Vai ter um parecer técnico do CREA-RN, dando as diretrizes, e propondo também as soluções como a questão de proteção externa. E também já foi dito: a liberação desse tráfego só deverá ser feito após esse reforço nas transversinas”, falou.

“A parte executiva é mais rápida. Então, esbarra muito mais aí na parte burocrática, porque é uma uma obra federal”, pontuou.

Dnit

Segundo o superintendente do DNIT no RN, Eider Rocha, o estado hoje tem dois contratos ativos em relação à Ponte de Igapó, mas para a reparação do trecho atual será necessária uma nova análise, já que na avaliação anterior não havia problema naquele ponto da estrutura.

“Nós temos hoje dois contratos ativos, ambos são de manutenção. Certamente os possíveis reparos não estão inseridos nos quantitativos de serviços contemplados nesses dois contratos. Uma empresa será acionada para fazer a avaliação, o diagnóstico, proposição de solução e a gente aditivar o seu contrato. A vantagem é que o contrato já existe, já está assinado, nos dá algumas celeridades, mas a gente tem que primeiro contar com a mobilização da empresa para o diagnóstico, a definição da solução, a aquisição e depois a sua execução. Então a empresa, só depois de definir o tipo de reparo que deve ser executado, poderá nos passar com precisão o prazo e a finalização disso”, explicou.

Ele relatou ainda que é possível, após a análise do CREA, avaliar outras possíveis soluções o dano e também em relação à interdição da ponte. “Pela experiência que nós temos em outras obras, que às vezes apresenta também danos, elas não necessariamente implicam na restrição de tráfego, não na sua totalidade, mas apenas de algumas cargas especiais de maior tonelagem, de maior peso. Então isso aí pode ser avaliado”, pontuou. Pra ge

Secretaria de infraestrutura do RN

O secretário de infraestrutura do RN, Gustavo Coelho, disse que entrou em contato com o governo federal para reparação da Ponte de Igapó, mas que não há previsão.

“Fizemos a articulação para que pudéssemos levantar a necessidade do serviço e quais soluções pra isso. Ontem tivemos a primeira inspeção. Hoje mais uma inspeção feita pelo CREA, onde se restou claro que tinha um dano causado à ponte, que precisa ser reparado. Mas na verdade o governo do rn já buscou junto ao governo federal toda garantia pra que esse serviço pudesse ser executado e a ponte ser reparada o mais breve possível, inclusive conciliando com o fato de que a ponte que foi danificada está interditada por conta dos serviços na Avenida Felizardo Moura”, disse.

Fonte: G1RN

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