DE AVATARES À DEBILÓIDES, OS RISCOS DE UMA CEPA VIRAL EM MUTAÇÃO –
A leitura da realidade, vista pela revolução digital em pleno exercício no mundo virtual, virou um assunto patológico. Vive-se também um ambiente de pandemia mental, que causa espanto entre os racionais, sobretudo, os que fazem a ciência. Não bastasse aos cientistas a complexidade por lidarem com as habituais viroses biológicas, deparam-se agora com as surpreendentes ondas de contaminação viral que fulminam a cognição humana.
Trata-se de um tema atual de profunda gravidade, porque é de contaminação fácil, não exige esforço algum de preparo ou formação e ainda se impõe como uma verdade absoluta. Portanto, representa um desafio interdisciplinar que faz a ciência “fundir os miolos” para entender o perigo dessa insólita cepa viral.
Costumo entender que não há desafio maior para um verdadeiro cientista que não seja sua disposição nata em perquirir, de modo mais obstinado possível. Assim, esse esforço difusivo da contaminação cognitiva, que fazem de “avatares chipados” e “dependentes de algoritmos viciados”, em seres debilóides, já representa algo que se encontra em análise científica rigorosa. Em breve, essa irracionalização estará sujeita à imunização, através de reforços naturais de cognição. Será o ápice de uma técnica imunizante que, simplesmente, irá mostrar a brutal diferença entre informar e formar. Que não existe o mínimo sintoma de verdade, onde não há o preparo que possa advir da pesquisa e da ciência. Que a sinapse é uma reação neurobiológica que dá sentido a um valor humano indissociável chamado conhecimento.
Está por chegar a hora do melhor exercício negacionista que a sociedade prescinde hoje. Esse será exatamente o fim dessa idiotização contagiante. Um retardo sináptico que deu brechas para essa virose cognitiva.
Menos avatares. Mais humanos – e no mais amplo sentido do termo.
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Alfredo Bertini – Economista, professor e pesquisador, ex-presidente da Fundação Joaquim Nabuco