Suape: Um Crédito Político Histórico pelo Desenvolvimento de PE I – 

Lutas e Conquistas que Fazem Pulsar um Projeto Público que Sempre Mirou o Futuro

Na última terça-feira, tive a oportunidade de prestigiar um evento, no qual a empresa Suape apresentou seus compromissos de gestão, com um olhar firme e forte na direção de novos avanços. Com a devida licença dos meus leitores, quero aqui me render ao tempo que tem permitido Siape pulsar e contribuir para o processo de desenvolvimento socioeconômico de Pernambuco. Passado, presente e futuro representam contextos de experiências vivenciadas, de ações em execução e de planos factíveis. Tudo muito bem abraçado por todos que fizeram e fazem a história de Suape.

Quero logo me antecipar para anunciar uma rejeição. Considero essa aposta em Suape um esforço comum, cuja história é capaz de mostrar a extrapolação de ideologias e partidos. A consolidação do projeto e a esperança de ainda tê-lo como referência para um novo modelo de desenvolvimento expressam um pouco do DNA de todos governos. Em tempos onde a estupidez dos embates políticos desconsideram os êxitos dos rivais, saber reconhecer que algo pode ser comum aos divergentes é um exercício de maturidade e, por conseguinte, um avanço digno de reconhecimento e difusão. Infelizmente, quando o debate se acirra para o nível do fanatismo intransigente, não há clima para se reconhecer qualquer mérito.

No texto de hoje, concentro-me no passado e no presente. Deixarei para a próxima coluna o registro dos esforços que projetam o futuro de Suape e sua inserção num modelo sustentável de desenvolvimento. Para isso parto do princípio geral que desde a concepção do projeto até o presente, sempre houve alguma forma de intervenção dos distintos governos. Tudo na intenção de fazer do conceito de um complexo industrial e portuário um catalisador dos diferentes planos de governos.

Foi com esse sentimento que saí do evento. Estive lá para mostrar um ofício privado, que serviu para reforçar a responsabilidade social da empresa Suape. Tão ou mais importante que isso foi recordar de um passado, aparentemente distante, que reacendeu minha memória. Quero dizer com isso que meu período de exercício da presidência de Suape (1991) teve suas conexões com o presente e ainda consolidou a tese da complementaridade das ações de governos, tão diferentes no pensar quanto distantes no tempo. Quando há 31 anos consolidamos as operações conteinerizadas no terminal portuário, sonhávamos com o desafio logístico de atuarmos como “hub de cargas”. Tenho na lembrança as primeiras movimentações do pátio de contêineres, que à noite eram garantidas das pela luz dos faróis dos caminhões. Desse ponto para frente, uma conquista que se mostrou tangível, ao ser vista pelas lentes de hoje.

Um aspecto que merece toda atenção nesse processo evolutivo que, inclusive, trouxe à cena os temas atuais relacionados com a sustentabilidade (preservação e humanização, diante de problemas ambientais e sociais presentes no território do complexo), fortaleceu também minha memória, dos tempos em que Suape encarou tais desafios, mesmo que numa intensidade menor do que hoje é cobrado pela sociedade. Garantir a preservação no trato do plano diretor e ainda respeitar as demandas das comunidades, foram situações desafiadores para aquele jovem dirigente. Saber hoje que aqueles passos iniciais foram essenciais, para que se veja hoje Suape pulsar, no contexto dos seres, ambientes e instituições, representa para mim algo inestimável.

Dito isso, o passo seguinte está em comentar sobre o preparo de Suape para além da fronteira do que já foi conquistado. Mas isso irei destacar no texto da próxima coluna.

 

 

 

 

 

 

 

Alfredo Bertini – Economista, professor e pesquisador. Ex-Presidente da Fundação Joaquim Nabuco

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