RECLUSOS, MAS EM CLIMA FESTIVO –
Nessa época, um misto de solidariedade e esperança se faz presente nas relações interpessoais. Por reação natural costumo seguir essa onda comum, formada pelas trocas de mensagens devido às chegadas do Natal e Ano Novo. Tudo se move em torno de um clima fraterno. No Natal, reconhecem-se as conquistas alcançadas. Na passagem do ano, renovam-se as esperanças.
Isso é o normal. Algo bem diferente se fez neste 2020, cuja grafia dos números já sugere o enigma dos palíndromos, com o perdão dos rigores da linguística. E o fato registrado foi que, pelo menos há um século, a humanidade não passava uma período tão atípico e difícil.
Parece-me estranho. E, infelizmente, bem mais ainda aqui no Brasil. Se convencionamos dizer que 1968 foi o ano que não terminou, a sensação é que 2020 sequer começou. Por tantas incredulidades, o danado é mesmo reconhecer que este ano não iniciou e todos já querem que ele logo se encerre. Pelas dores de tantos problemas. Pelas razões místicas de recuperar uma esperança, que sempre aflora nesse momento de transição anual.
Não perco o embalo e sugiro que todos tenham dois ensinamentos disso tudo. Aprendizados e reflexões, como pontos decorrentes dos desacertos de 2020. Compromisso com ideias renovadas e fé nos resultados, como objetivos traçados para 2021. Vale acreditar.
Na torcida por esse novo tempo, nada mais justo que ser grato pelas superações e conquistas que se impuseram no ano que finda. As resiliências pessoais e profissionais definiram muito bem o tamanho de cada fortaleza individual. Agradecer por estar aqui é tudo. Um mérito aos familiares e amigos que contribuíram no plano pessoal. E também aos colaboradores e parceiros que, no plano profissional, renovaram a confiança e esperança, numa dose suficiente para fazermos chegar até aqui.
Como em 2020 nada mereceu a comemoração devida, que em 2021 a gente alcance tudo em dobro.
Sigamos a marcha. Sempre juntos.
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Alfredo Bertini – Economista, professor e pesquisador. Ex-Presidente da Fundação Joaquim Nabuco