A manhã de quarta-feira (24) foi de longas filas, aglomeração e tumulto enfrentados por moradores de Natal no Prosus – serviço de distribuição de medicamentos e insumos para pacientes do sistema público de saúde na capital potiguar. A unidade fica no bairro da Ribeira, Zona Leste da cidade.
A maioria dos usuários no local buscava receber fraldas descartáveis distribuídas pelo SUS aos pacientes. Muitos reclamavam que pessoas acamadas e idosos não recebiam o insumo há cerca de três meses. A distribuição foi retomada na terça (23).
Pouco após as 7h, 300 fichas foram distribuídas para usuários que precisavam de fraldas, mas foram insuficientes para a quantidade de pessoas no local. A confusão também ocorreu por falta de informações. Usuários reclamavam que não conseguiam tirar dúvidas.
O servente de pedreiro José Pedro era o primeiro da fila e chegou ao local de madrugada, por volta das 4h10. Ele disse que não recebia fraldas para o filho há quatro meses.
“Eu tenho uma criança de 15 anos, especial, e a gente precisa sair de madrugada de casa, arriscando a vida, porque se chegar mais tarde, não pega ficha”, afirmou.
Maria Lúcia, de 73 anos, já tinha saído da Zona Norte para ir ao Prosus na última segunda-feira (22), a fim de conseguir fitas e lancetas para glicemia e fraldas, mas não recebeu material. Por isso, voltou nesta quarta (24).
Ela saiu de casa, no bairro Potengi, às 3h30 e precisou pegar dois ônibus para chegar à unidade. “Na segunda, a moça disse que não tinha e não tinha previsão de vir. Ontem minha vizinha disse que tinha chegado fralda. Ai eu vim pegar”, contou.
A professora Lilian Luís foi ao local tentar receber “canetas” de insulina para a filha, que é diabética e “altamente dependente” da medicação. Porém, após às 8h, ela sequer sabia se havia estoque no local.
“Entro numa fila, entro em outra, e ninguém diz nada. Só me disseram para esperar”, disse.
Mesmo pessoas que receberam fichas voltaram para casa sem os insumos. Caso de Paula Cardoso que chegou ao local às 5h50, mas não conseguiu a fralda GG.
“Peguei a ficha 112, mas não vou levar fralda porque quem estava na frente, na fila, era pessoal de casa de idoso. Tinha mais de 30 fichas com uma pessoa só e levaram as fraldas GG, não tem mais. Vou ter que vir outro dia, pegar ficha de novo e saber se vou conseguir fralda ou não”, relatou.
No local, funcionários afirmaram que um novo caminhão é esperado com carregamento de fraldas para distribuição aos usuários que ainda não receberam o pacote.
A Secretaria Municipal de Saúde foi procurada, mas não se posicionou sobre o caso até a última atualização desta matéria.
Fonte: G1RN