O poderoso furacão Beryl, está atravessando o mar do Caribe central, dando início de forma surpreendente à temporada de furacões no Atlântico, que promete ser mais intensa do que o habitual, de acordo com a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).
A previsão é que até 13 furacões sejam registrados este ano, com alertas de alta intensidade devido ao aquecimento dos oceanos.
Mas por que eventos do tipo são extremamente raros no Brasil?
Para explicar isso, primeiro precisamos entender o que são ciclones tropicais (o nome científico do furacão)e lembrar que a atmosfera da Terra exerce uma pressão sobre a superfície do globo.
Sabe a história do submarino Titan e a pressão do oceano? É algo semelhante – só que ao contrário. A pressão do ar é maior ao nível do mar e diminui à medida que a altitude sobe, pois quanto mais ar, temos mais peso.
- Nível do mar: maior pressão
- ⛰️ Mais altitude: menos pressão
E os ciclones são sistemas de baixa pressão atmosférica, isto é, são grandes massas de ar que giram em torno de um centro de baixa pressão intenso, provocando condições climáticas adversas em grande escala.
Em outras palavras, um ciclone “puxa” o ar quente e úmido da superfície e joga para cima, formando as nuvens de chuva.
Isso acontece porque o ar quente e úmido sobre o oceano sobe, criando a área de baixa pressão. O ar das áreas ao redor então, com maior pressão, se move para essa área, aquecendo-se e subindo também. À medida que o ar quente sobe e se resfria, ele forma as nuvens.
️️️ Desse modo, todo o sistema de nuvens e ventos gira e cresce, alimentado pelo calor e pela evaporação do oceano.
Por isso, ciclones tropicais só se formam nas águas quentes do oceano próximas ao equador, a pelo menos 5° – 30° de latitude norte ou sul da linha imaginária, onde a temperatura do mar é de pelo menos 27ºC (veja o mapa acima).
“No litoral do Sudeste do Brasil, por exemplo, nossas temperaturas giram em torno de 23 a 24°C. 27°C é uma água bem quente”, diz Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.
Além disso, outro fator crucial que impede a ocorrência desses eventos em nosso país está relacionado a um fenômeno físico que faz com que objetos (como aviões ou correntes de ar) que viajam longas distâncias ao redor da Terra pareçam se mover em curva em vez de em linha reta.
Fonte: G1