PORCELANA CHINESA – Ana Luiza Rabelo

PORCELANA CHINESA –

O quão fácil é darmos importância às coisas frágeis que possuímos. Um jogo de xícaras, copos de cristal, um perfume francês ou um feio jarro produzido por uma certa comunidade.

O quanto nós amamos e resguardamos estes utensílios cuja serventia é, na maior parte das vezes, prescindível à nossa vida e à nossa felicidade.

Frágil mesmo é a vida, são os momentos que passamos com aqueles que amamos, são as palavras que dizemos nas ocasiões de amor e desamor. Frágil é o fato de podermos confiar, de andar, sem vacilar, nas cordas bambas dos relacionamentos.

Um pôr do sol, um ombro, um gesto, que, por menor que aparente, representa tanto para aquela história daquelas vidas.

Um sentimento, um carinho, um par de palavras que guardamos ou soltamos sem medo de magoar, sem medo de perder aquele bem mais precioso que amealhamos em toda a nossa jornada.

Todo ser tem um baú de tesouros, tem guardado para si pessoas e momentos especiais, ímpares e insubstituíveis, e, algumas vezes, perde-se tanto tempo polindo a prataria que não sobra nada para polir as memórias, para medir as palavras, para dizer e dizer mais uma vez o quanto amamos aquelas pessoas, aquelas lembranças.

Se todos tivéssemos consciência de que um único segundo passado não volta mais, que cada vez pode ser única ou última, que este incrível caminho que percorremos nos dá pouquíssimas oportunidades de retorno, trataríamos a vida como porcelana chinesa, cuidaríamos das pessoas, das palavras e dos momentos tal como cuidamos das taças de cristal que nossa avó nos deu.

A cada dia, tenho mais consciência que minha família (a consanguínea e a afim) é minha maior joia, que meus amigos são parte do meu imenso tesouro e que cada ocasião que estivermos juntos são as partes mais importantes da minha vida, são o motivo e a razão da minha existência. Eu vim para conhecê-los, e conhecê-los me faz amá-los.

Por tudo o que possuímos e o que vivenciamos, fica cada vez mais difícil não sermos gratos por tantas bênçãos. Por tudo o que aprendemos, é impossível não valorizar cada pedacinho de paraíso que recebemos todos os dias. Como disse Mateus (cap. 21, v. 6), o tesouro de um homem está onde está o seu coração. Cuide dos seus tesouros.

 

Ana Luiza Rabelo – Advogada (rabelospencer@ymail.com)

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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