PORQUE NÃO FUI CANDIDATO AO SENADO EM 2018 – Ney Lopes

PORQUE NÃO FUI CANDIDATO AO SENADO EM 2018 –

O prefeito de Patu, Rivelino Câmara, divulgou nota de solidariedade ao senador José Agripino, após o anuncio do seu afastamento da disputa pelo senado nesta eleição de 2018.

O prefeito demonstrou gratidão ao senador José Agripino.

Registro o gesto por ter militado anos na política e conhecer muito bem o significado da ingratidão e por isso ser sensível às atitudes solidárias, como a de Rivelino.

Conheço na pele o que seja a ausência de solidariedade e comportamentos de reciprocidade.

Agora mesmo fiz a última tentativa, em vão, de voltar à política, nesta eleição de 2018, ao colocar o meu nome para disputar o Senado Federal, em razão de uma experiência parlamentar de quase 30 anos no Congresso Nacional, quando nunca deixei de estar incluído (o único do RN à época) como um dos “100 melhores parlamentares do país”, escolha insuspeita de um órgão sindical ligado a CUT, oposição ao meu partido que era o DEM.

O meu desejo na decisão de disputar o Senado em 2018 seria mostrar à opinião pública os serviços públicos que já prestei ao RN e ao país, ao longo da minha vida parlamentar, entre os quais destaco a proposta de criação do crédito (FIES) que precisa voltar a minha ideia original de beneficiar os estudantes também de Universidades públicas e não apenas às privadas; proposta do remédio genérico, que ajuda os carentes no tratamento de saúde e que necessita ser aperfeiçoada; regulamentação do artigo 43 da Constituição, que será o caminho da redenção da agricultura do Nordeste brasileiro com incentivos, isenções e subsídios; proposta de criação de uma área de livre comércio no Grande Natal (incorporando às ZPES de Açu e Macaíba), com a geração de mais de 50 mil empregos, a médio e longo prazo e reformulação do municipalismo brasileiro, garantindo efetivamente autonomia de recursos destinados de forma automática aos municípios brasileiros, através de emenda constitucional, eliminando a humilhação de mendigar recursos do OGU,

Vida pública limpa; serviços prestados; lealdade e outros valores preservados, de nada valeram.

Faltou-me a legenda para ser candidato ao senado em 2018 e lutar por essas ideias.

Não consegui sensibilizar apoios, apenas com proposições inovadoras e boa fé.

A lógica das chamadas “nominatas” de hoje é a do “vale tudo”, ou seja, trocar partidos, trair compromissos despudoradamente, preservar a família em disputa simultânea de mandatos, obter garantia de cargos, repasses de dinheiro público por meio de convênios e benesses nos futuros governos, usando ilegalmente associações, fundações e por aí vai…..

Infelizmente, embora existam exceções, os partidos estão entregues à picaretagem, de quem usa siglas para “ajudar a família”, usufruir o dinheiro público do Fundo Partidário (prestação de contas simbólicas) e “chantagear” governos, oferecendo apoio em troca de “convênios” milionários para a pseuda e falsa prestação de assistência às pessoas carentes, num verdadeiro saque aos orçamentos públicos, consentido pelos governantes atuais e os futuros, esses últimos desde já “presos” por compromissos assumidos na campanha eleitoral como pagamento pelos apoios recebidos.

A propósito, está na hora do Ministério Público investigar os beneficiários desses “convênios” com o Estado do RN e municípios (inclusive Natal) e o uso deles como “moeda eleitoral de troca” (verdadeira compra e venda), notoriamente ilícita.

O “blog” faz levantamento e mostrará essa realidade, em nome de não omitir-se, nem calar, numa hora em que está em jogo o futuro do estado e do país .

Impõe-se reagir.

Ter a coragem de não sofrer calado às restrições impostas.

Não é possível que todos baixem a cabeça, resignados diante dessas manobras indecorosas.

É o que o editor do blog faz, doa quem doer.

Por enquanto de forma genérica.

Em breve, citando nomes.

Para reagir nas urnas, o eleitor precisa saber o que acontece nos bastidores.

Essa transparência da realidade eleitoral presente permitirá ao eleitor emitir a sua sentença, apoiando, ou derrotando com o voto livre, esses “profissionais” da chantagem, protagonistas de verdadeiro estelionato eleitoral, urdido no silêncio dos subterrâneos dos conchavos.

Para que a atual realidade comece a ser mudada, justifica-se exaltar esse episódio da demonstração de solidariedade e gratidão do prefeito Rivelino Câmara, que deixa registrado um exemplo a ser seguido na vida pública estadual.

 Assim seja!

 

Ney Lopes – jornalista, advogado, ex-deputado federal; ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, procurador federal nl@neylopes.com.br www.blogdoneylopes.com.br
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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