Os Bragança dominavam Portugal, regidos pelo Príncipe D. João, filho da Rainha Dona Maria I (A Louca, interditada face demência), casado com a hispânica Carlota Joaquina (filha de Carlos IV, da Espanha); que, em 29.11.1808, rumaram para a Colônia Brasil, a fugir de Napoleão Bonaparte, que exigia a declaração de guerra contra à Inglaterra, ato negado pelos portugueses, desejosos de manterem-se na neutralidade.
A Rainha Maria I (a Louca), sucedeu seu pai – D. José I, a reinar de 1792 até 20.3.1816, quando faleceu no Palácio de Queluz, período em que o Príncipe Dom João foi Regente, após o que tornou-se Rei de Portugal, sob título de D. João VI.
Raízes psicóticas e histórias existenciais que o tempo guardou, relativamente.
Afirmou Napoleão que o único homem que conseguiu enganá-lo foi o Príncipe lusitano, que protelava, diplomaticamente, o bloqueio aos ingleses, razão pela qual a Esquadra Inglesa, comandada pelo Almirante Sidney Smith, escoltou até à colônia brasileira as naus, que deixaram o Tejo no dia 29.11.1807, a conduzir uma comitiva de 15.000 viajantes, aportando ao Rio de Janeiro, em 22.1.1808.
Em represália, Lisboa foi ocupada pelos franceses, em 17 de novembro de 1807, cujas tropas eram comandadas pelo General Junot, mais tarde guindado a Duque de Abrantes e Governador-Geral de Portugal.
O povo português, bravamente, lutou contra os franceses, durante o período de 1807 a 1810, quando os invasores foram vencidos pelas tropas inglesas e portuguesas comandadas por Sir Arthur Wellington – Lord Wellington.
O apoio inglês originou-se com o Acordo Secreto de 1807, celebrado em Londres, entre o Príncipe Regente D. João e o Rei Jorge III, monarca da Grã-Bretanha, tendo o General William Car comandado o exército português.
Muitas vezes afrontado, injustamente, como um monarca bonachão, deve-se realçar suas qualidades de estratego e homem de tirocínio invejável na condução dos destinos da Pátria, a louvar-se sua serenidade diante às diatribes conjugais, bem como sua argúcia na condução da problemática internacional da época, frente à prepotência do Corso.
Costumo afirmar que o Tempo é o senhor das ações!
Agora, em pleno período pandêmico (2020, quiçá 2021 ou mais) Portugal protesta pela restituição dos bens culturais saqueados pelas tropas napoleônicas, que destruíram túmulos medievais, à busca de joias dos cadáveres, roubando paramentos e artefatos religiosos em ouro e prata, furtando o cientista francês Geofroy Saint-Hilaire, que nada tem com relação ao afamado naturalista Auguste de Saint Hilaire, milhares de manuscritos em bibliotecas e mosteiros num vandalismo irracional e predatório.
Historicamente, age bem Portugal no concerto da União Europeia, a desejar a devolução de patrimônio que lhe foi roubado, como de igual forma fizeram as tropas napoleônicas em Espanha, inclusive de furtar na tumba, em Ávila, os ossos de Tomás de Torquemada, considerado o mais terrível clérigo da Santa Inquisição, motivação do romance Os Ossos de Tomás.
Neste alinhavo de apropriações históricas, relembre-se o trazimento por Calígula, de Heliópolis, cidade do antigo Egito, do obelisco encontradiço na Piazza de San Pietro, que a Igreja para dimensionar sua supremacia, encimou-o com a Cruz do Cristo. Aliás, soberba, espécie de sobranceria, a pretender superioridade, constatada em todos os demais obeliscos expropriados do Egito, que foram coroados com a cruz de Constantino, a seguir: Obelisco Lateranense (século XV a.C.), Obelisco de Montecitorio (Heliópolis- 590 a.C.), Obelisco dela Minerva (Ramsés II), Obelisco di Dogali (expropriado por Domiciano), Obelisco do Pantheon, Obelisco Flaminio (Ramsés II, expropriado, em 10 d.C., por Augusto), Obelisco da Villa Celimontana (Ramsés II), Obelisco do Pincio (trazido do Egito pelo Imperador Adriano, famoso pederasta, em homenagem ao jovem egípcio Antinoo, paixão de sua vida). Finalmente, se deve registrar que o obelisco da Piazza Navona é uma construção romana, exclusivamente uma cópia de originais egípcios e que o obelisco existente na Place de la Concorde, em Paris, foi ofertado pelo Egito, retirado de Luxor, enquanto que uma outra doação foi devolvida pelo Presidente francês Valéry Gisgard D´Estaing.
As guerras e suas dominações civilizatórias geraram apropriações indébitas inimagináveis, que haverão de arrastar-se ao longo dos tempos, perdendo-se nos meandros obscuros das guerras, a feitio de Hermann Goering, criador da Gestapo, líder do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (PNSTA), cocainômano, que pilhava obras artísticas dos judeus durante o Holocausto, que se suicidou com cianureto antes da execução pelo Tribunal de Nuremberg.
Quem tem o privilégio de conhecer o Museu Hermitage, em São Petersburgo, na Rússia, pode aquilatar a grandeza das Artes em geral no mundo, desenvolvida pelos Czares, não se olvidando que o Partido Vermelho, foi o primeiro a chegar e ocupar Berlin, ao término da Segunda Guerra Mundial, assenhorando-se das peças pilhadas pelos nazistas, considerando que se tratava de butim de guerra.
Quem devolverá alguma coisa a alguém?
O Tempo dirá!
José Carlos Gentilli – Escritor, membro da Academia de Ciências de Lisboa e Presidente Perpétuo da Academia de Letras de Brasília
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