POSITIVIDADE TÓXICA –
Já é quase fim do dia quando recebo de uma amiga um vídeo sobre positividade tóxica. Assisto alarmada com a clareza da Carolina Ferraz em descrever meus incômodos mais profundos ao abrir diariamente o Instagram. Sempre tem postagens do tipo: sorria e mude a vida de alguém… são 6h da manhã e já corri 27 quilômetros subindo o Monte Everest: qual a sua desculpa?… você deve ser melhor que ontem!
Estas pérolas pré-fabricadas que nos dizem: primeiro, a pessoa é incrível, não erra e tem tempo para tudo e, segundo, eu sou uma pessoa mesquinha, preguiçosa e que não sei usar meu tempo, pois às 6h da manhã estou com os olhos meio aberto e meio fechado, ainda acordando e olhando para o Instagram enquanto alguém já viveu meia vida, acordando às 4h, correndo e fazendo um suco detox que parece ser a comida preferida de uma vaca leiteira! Sim, parece pastagem!
E a gente vai nessa! A gente acredita em tudo que vê nos perfis, nas pessoas perfeitas (cheias de filtro!), pessoas alegres (cheias de amargura!), pessoas ricas (cheias de dívidas!) e ficamos nos comparando com estes personagens que vendem as “pílulas de felicidade “ como se fossem reais e nos fazem nos sentirmos tão pequenos e inferiores que nos dói.
Abaixo a ditadura da positividade tóxica!
Vamos tentar esquecer o outro e seus perfis e acreditar em nós mesmos.
Começando por mim!
Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista e Escritora