Fernando Jorge
Precisamos mesmo ter um policial exclusivo para cumprirmos a lei?
Pois é. Parece que o fato de tornar exclusivo um policial para as operações de trânsito farão com que todos cumpram a lei. Um absurdo.
A lei deve ser cumprida por todos independente de quem estiver à frente da polícia, que existe para manter a ordem e fiscalizar o cumprimento dessa lei.
Leio com muita tristeza o título da reportagem em que diz: “Governo do RN afirma que tenente da PM permanece na operação Lei Seca”
Meu Deus! Como se fizesse diferença para se cumprir a lei, esse ou aquele policial. NÃO. Repito que a lei deve ser cumprida por todos independente da policia ou de qual policial esteja à frente de qualquer operação.
Toda essa mídia exclusiva para um determinado policial somente tem trazido problemas. Primeiro, por quem nem todos sabem utilizar o grau de poder que esse tipo de situação trás. Na maioria das vezes o que se vê é o abuso de autoridade, até nas abordagens aos cidadãos de bem, que são tratados como marginais ou como descumpridores contumazes da lei.
Existem muitos e muitos relatos de abuso de autoridade nas abordagens. É o preço que pagamos com toda essa mídia em torno de um só policial.
Vamos mais devagar com esse andor.
Não sou contra as abordagens policiais. Muito pelo contrário. São através dessas abordagens que são tirados de circulação os verdadeiros marginais, e os bêbados, que teimam em dirigir alcoolizados. Para todos estes a lei tem que ser mesmo rigorosa, independente do policial que estiver cumprindo o seu dever.
Outro ponto que também me chama a atenção desse gesto do governador em publicar a exclusividade de um determinado policial a uma operação, é a falta de respeito com os demais e inúmeros policiais competentes no cumprimento do seu dever. É como se o gesto desse o seguinte recado à população: “Olhem, agora vocês irão cumprir a lei. Quem está à frente é fulano”.
Quer dizer que somente vamos cumprir a lei se o policial fulano de tal estiver à frente? Ora, me poupe.
Bom. A lei está aí para ser cumprida, e vamos cumpri-la, independente da polícia.
Fernando Jorge – Contabilista e Cidadão.