O preço da cesta básica aumentou 3,42% em Natal no mês de outubro em comparação com o mês de setembro. No ano, esse crescimento é de 13,81%.

Os dados estão na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos publicada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na sexta-feira (6).

De acordo com a pesquisa, no mês de outubro, a cesta básica custou R$ 436,76 na capital potiguar. A cesta básica aumentou em 15 capitais do país neste período.

Apesar do crescimento, o preço de Natal é o menor entre as 17 capitais analisadas na pesquisa. São Paulo tem a cesta básica com o maior custo: R$ 595,87.

O aumento no mês de outubro é impulsionado principalmente pela alta no valor do tomate, que foi de 43,92%, do óleo, que aumentou 11,35%, e também do arroz, que subiu 9,67%.

Subiram de preço também a farinha (2,97%), a manteiga (0,74%) e a carne (0,54%).

Segundo a pesquisa, nesse período, 12 quilos de tomate passaram de R$ 30,60 para R$ 44,04 em outubro. Uma garrafa com 900 ml de óleo passou de R$7,40 para R$ 8,24. Um pacote com 3,5 kg de arroz subiu de R$ 17,17 para R$18,83.

Supermercados de Natal e Mossoró, inclusive, têm limitado a venda de garrafas de óleo de cozinha por cliente. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sincovaga-RN), a medida é para evitar a falta do produto e também um aumento ainda maior de preço, por causa da dificuldade de abastecimento no mercado.

“Nós sabemos que o dólar subiu muito e a soja foi toda vendida para o exterior e que a safra do próximo ano já está todo vendida também. Além disso, houve um aumento no consumo, porque o auxílio emergencial deu mais poder de compra às famílias de baixa renda. Ou seja, diminuiu a oferta e aumentou o consumo”, explicou Geraldo Medeiros Junior, presidente do Sincovaga-RN.

Caíram de preço

Por outro lado, caíram de preço o leite (-2,66%), o açúcar (-2,44%), o pão (-2,19%), o feijão (-1,30%), a banana (-0,56%) e o café (-0,19%).

Segundo o Diese, o valor cobrado em uma cesta básica em Natal representa 45,18% do salário mínimo líquido e o trabalhador precisa exercer sua função por 91 horas e 57 minutos para poder comprá-la.

Aumento no ano

Além do aumento no mês, a cesta básica acumula um crescimento de preço no ano. De janeiro a outubro, o valor somado dos alimentos subiu 13,81%. O valor médio da cesta básica aumentou de R$ 381 para R$ 436 neste período.

Para os economistas, esse aumento não deve continuar nos próximos meses. Por causa de uma maior produção de alimentos, a safra brasileira de grãos começa a sair no final do ano.

Os especialistas acreditam ainda que a demanda caia por conta do fim do auxílio emergencial, previsto para dezembro, o que vai diminuir o poder de compra de muitas famílias.

“Por causa da pandemia, temos um número de desempregados muito grande. Então, a demanda de produtos vai diminuir”, explicou o economista Robspierre do Uó.

Considerando os últimos 12 meses analisados pelo Dieese, o aumento é ainda maior: de 27,74%.

Fonte: G1RN

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