O preço das passagens aéreas em voos domésticos (dentro do país) registrou alta média de 8% em 2019, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O ano de 2019 foi marcado pela suspensão das atividades da Avianca, que na época era uma das quatro maiores empresas aéreas do país. A empresa pediu recuperação judicial e, em novembro, a administradora recomendou à Justiça a decretação da falência.
A saída da Avianca do mercado brasileiro reduziu, num primeiro momento, o número de voos disponíveis, o que gerou pressão sobre o preço das passagens.
No final de maio do ano passado, a crise da Avianca levou a Anac a suspender as operações da empresa no país. De acordo com dados da Anac, apenas naquele mês o preço das passagens para voos domésticos tiveram alta de 31,2%, na comparação com o mesmo mês de 2018. Em junho, nova alta, de 34,6%.
Os dados da agência apontam ainda que o preço médio das passagens para voos domésticos voltou a registra queda no fim de 2019. Em novembro, a redução foi de 7,4%, na comparação com o mesmo mês de 2018. Em dezembro, a queda foi de 5,7%.
No último trimestre de 2019, a queda acumulada é de 2,2%, também quando comparado ao mesmo período de 2018.
O Secretário de Aviação Civil (SAC), Ronei Glanzmann, avaliou que a queda no preço das passagens no final do ano passado indicam que a crise no setor aéreo brasileiro provocada pela fim das atividades da Avianca ficou no passado.
“O governo entende que a crise causada por uma grande empresa do setor, que foi a Avianca, já foi superada e agora a gente começa a buscar a redução de novos patamares de tarifas”, disse Glanzmann.
“Além disso, o dado de dezembro vindo negativo, confirma a tendência de recuperação. A gente retoma os patamares tarifários de antes da crise da Avianca”, afirmou ele.
O secretário de aviação civil afirmou que o governo aposta no aumento da concorrência no setor, estimulada por medidas como a que permitiu o controle estrangeiro de empresas aéreas que operam no país, para baixar os preços das passagens.
Também com esse objetivo, disse ele, o governo prepara outras medidas, algumas delas tendo como alvo o preço do combustível de aviação vendido nos aeroportos brasileiros.
Uma dessas medidas, informou Glanzmann, é a elaboração de uma nova regulação para permitir que mais empresas prestem serviço de venda de combustível nos aeroportos brasileiros, o que permite um aumento da competição.
Outra é cortar tributos federais (PIS/Cofins) que incidem sobre o produto. Essa medida, que segundo ele está em estudo, tem potencial para cortar em R$ 0,07 o preço do litro do combustível, que tem preço médio de R$ 3 atualmente.
Entretanto, a aplicação dessa desoneração não é uma medida simples. A estimativa é que ela gere uma perda de R$ 250 milhões em receitas para o governo.
De acordo com o secretário, o preço do combustível é apontado por grupos do setor como principal barreira para investimento no Brasil.
“O combustível de aviação no Brasil é um dos mais caros do mundo e a gente tem uma série de ações para reduzir esse custo”, disse.
Fonte: G1
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