Os preços de produtos e serviços consumidos no verão avançaram 9,25%, entre janeiro e dezembro de 2016, na comparação com o mesmo período de 2015, segundo levantamento do pesquisador André Braz, da FGV/IBRE. O acréscimo superou a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor, da FGV, que fechou 2016 em 6,18%.
Os principais vilões foram passagens aéreas (35,92%), refrigerantes light/diet (16,16%) e frutas (14,99%), que registraram os aumentos mais expressivos. Por outro lado, erva mate (-12,05%), hotel (-1,62%), excursão e tour (-1,56%) apresentaram quedas.
Segundo André Braz, ao analisar os reajustes, é preciso levar em consideração que houve aumento na taxação das bebidas e que as passagens áreas, por conta da redução da concorrência e da influência do dólar, permaneceram em um patamar elevado. Em contrapartida, a recessão colaborou para a redução dos preços relativos à hotelaria e aos eletrodomésticos.
“As pessoas quando viajam podem até economizar no hotel, pedindo ajuda a algum amigo ou parente. Mas não podem abrir mão do custo da passagem. E como a concorrência ainda é reduzida no setor, o valor elevado se mantém. Já com relação às bebidas, houve taxação de impostos e isso pode ter impactado os preços. Já a queda registrada em itens como eletrodomésticos e excursões, por exemplo, revelam a disposição das famílias em segurar os gastos”, explica.
Apesar de a média de aumento dos preços ter superado a inflação, o especialista do FGV/IBRE avisa que, devido ao forte calor, os preços podem continuar subindo. “Essa inflação medida é aquela que se acumulou do verão passado até esse. Contudo, devido ao forte calor, ainda podem ocorrer novos aumentos por conta da lei da oferta e da procura. E o aumento do calor é um item sobre o qual não temos controle”.
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