Os preços internacionais do petróleo atingiram nesta segunda-feira (7) os níveis mais altos desde o final de 2014, impulsionados pelo aprofundamento da crise econômica na Venezuela e pela iminente decisão dos Estados Unidos sobre sanções ao Irã.
O petróleo Brent subia 0,77 dólar, ou 1,03%, a 75,64 dólares por barril, às 8h29 (horário de Brasília). No início da sessão, eles atingiram o maior nível desde novembro de 2014, a US$ 75,89 por barril.
Nos EUA, o barril avançava 0,79 dólar, ou 1,13%, para US$ 70,51. Esta segunda-feira foi a primeira vez desde novembro de 2014 que o petróleo dos EUA ultrapassou os US$ 70 por barril.
O avanço ocorre apesar da adição de nove plataformas de petróleo pelos EUA, elevando a contagem total para 834, segundo afirmou na sexta-feira a empresa de serviços energéticos Baker Hughes.
Analistas disseram que uma crise na Venezuela, um grande exportador de petróleo, também sustenta os preços. “O crescimento da produção nos EUA está sendo contrabalançado pelo declínio simultâneo na Venezuela”, disse o analista do Commerzbank, Carsten Fritsch.
A produção venezuelana caiu pela metade desde o início dos anos 2000, para 1,5 milhão de barris por dia, conforme o país sul-americano não conseguiu investir o suficiente em sua indústria de petróleo.
As expectativas generalizadas de que o presidente norte-americano, Donald Trump, se retire do pacto nuclear iraniano acrescentaram mais um prêmio de risco ao mercado de petróleo.
O prazo para a renovação do acordo nuclear entre o Irã e seis potências vence em 12 de maio, e se Washington decidir se retirar do acordo, pode haver uma restrição na oferta de petróleo e os preços subirem ainda mais.
O papel do Irã é fundamental na oferta mundial de petróleo porque o país é o terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opec).
Analistas alertam que uma escalada de preços do petróleo pode afetar o crescimento da economia global. Um dos efeitos mais diretos que um aumento pode ter é fazer a inflação disparar, forçando os bancos centrais a aumentar as taxas de juros mais rápido do que tinham previsto.
A alta dos preços internacionais do petróleo tem impactado os preços dos combustíveis no Brasil, que vêm registrando preços recordes nas últimas semanas.
Na sexta-feira, a Petrobras elevou o preço da gasolina em suas refinarias em 0,45%, para R$ 1,8177 por litro, uma nova máxima pelo menos desde julho de 2017, quando passou a reajustar valores de combustíveis quase que diariamente, segundo a agência Reuters.
Os reajustes seguem política da petroleira estatal para os preços dos combustíveis, estabelecida em julho do ano passado, que acompanha as cotações das commodities no mercado internacional, com correções quase que diárias de valores, em busca de rentabilidade.
Desde o início da novo formato, em julho de 2017, o preço da gasolina comercializada nas refinarias acumula alta de 38,36% e o do diesel, valorização de 41,22%, segundo o Valor Online.
Nos postos, o preço médio da gasolina no país está em R$ 4,226, segundo a última pesquisa divulgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O combustível acumula alta de 3,09% desde o início do ano, e avança 21,99% desde que a Petrobras iniciou sua nova política de preços, em julho do ano passado.
Por outro lado, a escalada do preço do petróleo contribui para o aumento da arrecadação da União e governos estaduais e municipais com royalties e participações especiais recolhidos sobre a produção de óleo e gás no Brasil.
*Com informações da Reuters e G1
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