A prefeitura de Natal entrou na Justiça para que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) retire o “canteiro de obras” de cima da Ponte de Igapó, liberando dessa forma mais espaço na via para o tráfego de carros. O Município acredita que é possível utilizar outro espaço para armazenamento de materiais.
A Ponte de Igapó atualmente está com um dos sentidos completamente interditado por conta de uma obra de recuperação feita pelo Dnit, que foi iniciada em setembro do ano passado de maneira repentina.
Todo o trânsito no trecho é dividido, desde então, em apenas um dos sentidos. A prefeitura estima que 400 mil pessoas usem diariamente a via. Em nota, o Dnit informou que a obra está dentro do cronograma e a previsão é de que seja concluída no início de 2025.
“É uma obra importante, que o município entende que deve ser feita. Entretanto, para piorar a situação da população, entendemos que aquela decisão de colocar o canteiro em cima da ponte prejudica ainda mais a população, porque nós ficamos apenas com um lado da ponte, e isso prejudicou muito o trânsito”, explicou o procurador-geral do Município, Thiago Tavares.
De acordo com o procurador, a intenção do Município é liberar a via mesmo durante a execução da obra ou pelo menos um das faixas da parte interditada como forma de melhorar o fluxo de veículos.
“Nosso interesse é que inclusive se retire o canteiro, e libere para a população passar enquanto a obra está sendo realizada. Se tiver necessidade de alguma interdição temporária em alguma faixa da ponta, a STTU [Secretaria de Mobilidade Urbana] vai estar à disposição para que isso ocorra”, disse.
Segundo o Dnit, o lado da ponte (sentido Zona Norte-Centro) atualmente interditado permanecerá assim até o fim do primeiro semestre de 2024. Em seguida, o outro lado (sentido Centro-Zona Norte) passará pelo mesmo processo.
O procurador-geral de Natal explicou que as equipes técnicas do Município foram reunidas para debater o assunto e chegaram a conclusão que não é necessário que o canteiro de obras permaneça em cima da Ponte de Igapó durante a execução da obra.
“Vimos que não havia sentido, não havia razão técnica para que aquela estrutura de canteiro ficasse em cima da ponte prejudicando a população, uma vez que tinha situações alternativas que poderiam ser utilizadas, inclusive em áreas que já foram utilizadas próximo à ponte. Isso é questão de planejamento”, disse.
Uma audiência na Justiça foi marcada na próxima semana para tentar uma resolução para o problema.
Histórico
A ponte de Igapó vem passando por várias interdições desde o início das obras de requalificação da Avenida Felizardo Moura – que dá acesso à ponte – em setembro de 2022.
Antes de anunciar a obra, o Dnit informou que Ponte de Igapó teria os dois lados liberados para o trânsito, o que chegou a ocorrer em julho do ano passado.
O trecho atualmente também tem uma limitação de horário de tráfego, proibindo a passagem de carros particulares entre 6h e 8h diariamente.
Segundo o Dnit, isso ocorre para “dar maior fluidez ao transporte público nos horários iniciais da manhã, a fim de evitar atrasos nas viagens, em virtude de congestionamentos causados pelo volume de veículos nos horários de maior fluxo”. O órgão disse que a decisão foi tomada em conjunto com a PRF e a prefeitura de Natal.
Fonte: G1RN