O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, apresentou sua renúncia nesta segunda-feira (18), uma semana após ter sido derrotado em uma moção de censura. Foi a primeira vez na história do país que isso ocorreu.
Segundo a Constituição sueca, o premiê tinha uma semana para: convocar novas eleições; ou renunciar ao cargo e pedir que o presidente do Parlamento forme um novo governo.
O líder social-democrata, que tinha até hoje para anunciar a sua decisão, descartou convocar eleições antecipadas afirmando que “não é o melhor para a Suécia”.
Também conhecidas como votos de censura, as moções de desconfiança são adotadas em alguns países parlamentaristas quando a maioria do Parlamento entende que o governo em vigor não tem mais apoio do Congresso.
Löfven foi o primeiro premiê da história da Suécia a sofrer a moção porque perdeu apoio de partidos de esquerda que sustentavam sua coalizão.
O estopim foi a decisão do premiê de suspender o congelamento dos aluguéis em imóveis novos. O controle de preços se intensificou durante a pandemia, mas tem poucas relações com a crise do coronavírus no país.
A Suécia tem leis muito rígidas sobre valores de aluguéis para mantê-los dentro de um valor acessível, sobretudo nos centros das maiores cidades.
Ao suspender o congelamento, Löfven irritou o Partido de Esquerda, uma das siglas que sustentavam a coalizão desde 2018. Eles temem que a desregulamentação leve a uma rápida alta nos aluguéis e aumente o abismo entre os mais ricos e os mais pobres no país.
Isso não significa que a pandemia não tenha servido para desgastar a imagem de Löfven — sobretudo após ficar claro que a ideia de permitir que o vírus se espalhasse se mostrou equivocada.
Os dados ajudam a mostrar por que a estratégia inicial do governo sueco em não adotar medidas de restrição não deu certo: a Suécia tem a maior taxa de mortos por habitantes entre seus vizinhos nórdicos na pandemia.
O rei Carl XVI Gustaf disse em dezembro que a Suécia falhou na forma com que lidou com a Covid-19. Em um pronunciamento televisionado, o monarca fez uma forte crítica à política adotada pelo governo durante a pandemia, o que resultou em um alto número de mortes entre os idosos.
O aprendizado fez o governo da Suécia voltar atrás e adotar restrições. Quando a segunda onda já mostrava patamares preocupantes, em janeiro deste ano, o Parlamento sueco permitiu o fechamento de centros comerciais e limitou o número de pessoas nos transportes públicos.
Fonte: G1
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