O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou nesta segunda-feira (25) a dissolução da Câmara Baixa do Parlamento na próxima quinta-feira (28), o que implica a convocação de eleições antecipadas em outubro, com o objetivo de avançar com as reformas econômicas.
“Há cinco anos, conseguimos mudar o Governo com o apoio do povo e prometemos fazer uma reforma econômica”, disse em coletiva de imprensa Abe, acrescentando que “agora é o momento de ir além e aplicar as últimas fases para garantir o crescimento”.
Abe chegou ao poder no final de 2012, e se o seu partido, o Liberal Democrata (PLD), voltar a vencer as eleições (que seguramente vão acontecer no dia 22 de outubro), assumiria seu terceiro mandato consecutivo até 2021 e ganharia tempo para finalizar a aplicação da sua estratégia econômica conhecida como “Abenomics”.
Neste sentido, o premiê também adiantou nesta segunda-feira um plano de estímulo econômico de 2 trilhões de ienes (R$ 55,7 bilhões), que seria financiado com o aumento do imposto sobre o valor agregado (IVA), previsto para 2019, e que incluiria uma ampliação dos serviços públicos e medidas para fomentar o investimento empresarial.
Além disso, o Abe justificou a convocação de eleições antecipadas pela necessidade de conseguir “mais união” para “superar a crise” da Coreia do Norte, que no último mês lançou dois mísseis que sobrevoaram território japonês e realizou seu sexto teste nuclear.
“Estou consciente de que serão eleições difíceis, mas nesta situação em que a Coreia do Norte nos ameaça, quero cumprir minha responsabilidade como líder do país”, disse.
O PLD e o aliado no Governo, o Novo Komeito, contam com uma cômoda maioria na Câmara Baixa da Dieta (329 das 425 cadeiras), um domínio que poderia aumentar de forma significativa se forem confirmados os resultados das pesquisas, muito favoráveis ao partido de Abe.
Com a convocação de eleições aproximadamente um ano antes do previsto, Abe pode tirar proveito do notável aumento do apoio popular após superar vários escândalos de favorecimento de aliados que desgastaram o Executivo nos últimos meses.
Além disso, a principal força da oposição, o Partido Democrático (PD), atravessa um de seus piores momentos das últimas décadas devido à recente renúncia de seu líder, Renho Murata, e a profundas divisões internas.
O PD e outras legendas opositoras criticaram os planos de Abe, argumentando que não há necessidade de convocar eleições antes do fim de sua legislatura, em dezembro de 2018, e consideraram que se trata de uma manobra para deixar para trás os escândalos que envolveram o Governo.
Fonte: Agência France Presse
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