PRESIDENTE CAFÉ FILHO, UM POLÍTICO NATALENSE –
Vice-presidente de Getúlio Vargas, João Fernandes Campos Café Filho. assumiu o governo federal em uma quadra de elevada tensão política nos dias subsequentes ao suicídio de Vargas, anunciado nas primeiras horas do dia em 24 de agosto de 1954.
Procurou arrefecer a tensão entre os militares, na sequência da divulgação da Carta Testamento de Vargas, foi diligente ao emitir uma nota oficial que reafirmou estar o governo em mãos seguras, num abrandamento de golpe. O conteúdo da nota reiterava o compromisso assumido pelo ex-presidente, e que daria máxima atenção aos humildes, como o era o penhor político do presidente Vargas. Desse período conturbado com o que se via pelas ruas, a população protestava em multidão pelo Rio de Janeiro, eram apoiadores do presidente Vargas.
Na eleição de 1950, Getúlio Vargas concorreu com o udenista brigadeiro Eduardo Gomes que, em que pese favorito, numa infeliz resposta após indagação de um repórter acerca dos seus apoios políticos; o candidato da UDN declarou que não faria questão de perder votos para a ‘malta’ getulista. Em seguida entrou em ação a propaganda inventiva militante, ou dita hoje fake news, ao ser espalhado que o brigadeiro menosprezara os simpatizantes contrários, chamado-os de “marmiteiros”, que eram os assalariados que levavam suas costumeiras marmitas para o trabalho. Venceu a chapa populista de Vargas do PTB, com Café Filho vice.
Entre 1954 e 1955, Café Filho exerceu a Presidência da República, assumiu várias realizações da agenda de governo, dentre as mais conhecidas a inauguração da Usina de Paulo Afonso, em 15 de janeiro de 1955. Este acontecimento ficou celebrado no baião de Luiz Gonzaga, Paulo Afonso:
Delmiro deu a ideia / Apolônio Aproveitou
Getúlio fez o decreto / E Dutra realizou
O presidente Café a usina inaugurou
E graças a esse feito / De homens que tem valor
Meu Paulo Afonso foi sonho que já se concretizou!