O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, lamentou que o nome da instituição tenha sido usado pelo ex-presidente Marcello Lavenère na comissão do impeachment do Senado para agredir a imprensa e para promover suas próprias paixões e interesses políticos, alheios às incumbências da Ordem dos Advogados do Brasil. A OAB discutiu o tema do impeachment da presidente da República porque assim quis a classe que representa. “Após ampla consulta, os legítimos representantes das advogadas e dos advogados chegaram à conclusão, quase unânime, de que o impeachment é necessário. E é próprio de instituições democráticas o respeito a decisões legítimas. A OAB refuta o uso do termo golpe. O que a Ordem fez foi se posicionar tecnicamente de forma favorável a um remédio constitucional que é o impeachment”, afirmou o presidente nacional da OAB.”
As razões do pedido de impeachment feito pela OAB são as pedaladas fiscais, as renúncias fiscais ilegais em favor da Fifa, a tentativa de obstrução do Judiciário e a nomeação de um aliado político para o cargo de ministro para beneficiá-lo com prerrogativas especiais. “Na tentativa de confundir o público, instrumentalizando o título de ex-presidente da OAB, Marcello Lavenère é infeliz e irônico ao associar a Ordem dos Advogados do Brasil ao presidente da Câmara dos Deputados. É público que, há meses, tenho cobrado o afastamento imediato do presidente da Câmara para que ele pare de atrapalhar o trabalho das instituições e órgãos incumbidos de investigá-lo”, finalizou Lamachia.
A comissão especial de impeachment no Senado ouviu três especialistas que argumentaram contra o pedido de impedimento de mandato da presidente Dilma Rousseff. Um deles, foi o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Marcelo Lavenère. Na oportunidade ele afirmou que a posição atual da OAB “é um equívoco, assim como foi equivocada a defesa que a ordem fez do golpe de 1964, por acreditar na pressão popular e na campanha anticomunista da época”.