A Petrobras reativou nesta segunda-feira (19) o Edifício Sede Rio Grande do Norte (EDIRN), em Natal, e lançou um centro de estudo e desenvolvimento de tecnologias voltadas para parques eólicos, sobretudo offshores (em alto-mar), que vai funcionar na unidade. O evento de inauguração contou com a presença do presidente da estatal, Jean Paul Prates.
Em fevereiro deste ano, Jean Paul Prates confirmou a permanência no estado mesmo após a venda do Polo Potiguar – até o ano passado, a estatal avaliava a possibilidade de sair do estado.
“Hoje, estamos dando um grande passo para termos aqui no estado um dos principais centros no país para estudo e desenvolvimento de projetos de eólica offshore. Esse é um renascimento da Petrobras no Rio Grande do Norte. Em um futuro próximo, teremos aqui um dos principais polos de nossos projetos em energias renováveis”, afirmou Prates.
O presidente da Petrobras anunciou também que pretende abrir pelo menos dois poços no Campo Pitu, na Bacia Potiguar, até o fim deste ano. O fato, no entanto, depende de licenças ambientais .
Segundo Prates, a perspectiva é de que nos próximos anos as instalações lançadas em Natal se tornem um dos principais centros de estudo e desenvolvimento de tecnologias voltadas para a instalação de parques eólicos offshore no país.
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, explicou que a experiência do RN na produção de energias renováveis pesou na decisão da implantação do “hub” na unidade da estatal em Natal.
“O Rio Grande do Norte já possui grande força na geração de energia eólica em terra. Queremos aproveitar essa expertise, num intercâmbio de conhecido para avançar nos projetos de eólica, tanto offshore como onshore. Ter esse hub em Natal será um diferencial para a Petrobras”, disse.
Em entrevista à Inter TV Cabugi, o presidente da Petrobras lembrou que o Rio Grande do Norte foi um dos pioneiros e líderes em produção de Petróleo em terras nas últimas décadas e disse que o estado foi capaz de fazer uma espécie de “transição energética” para passar a produzir energias renováveis ao longo desses anos. Atualmente, o RN lidera a produção de energia eólica em terra no Brasil.
“De certa forma, o estado está pronto para explorar todo seu potencial de energias renováveis. Em poucos anos, uma grande parte da transição energética já foi feita, tendo virado líder em produção de energia eólica em terra no país”, afirmou Prates.
Antes do evento principal, o presidente da Petrobras participou de uma solenidade com a equipe da Petrobras no estado, em que apresentou a revitalização da sede potiguar, que, além de abrigar equipes de Transição Energética e Sustentabilidade, também passa a contar com espaço de trabalho para a administração da estatal.
A governadora do RN considerou a permanência da Petrobras uma reviravolta importante e uma projeção de futuro mais animadora no que diz respeito à produção de energia renovável.
“Esse é um momento histórico que vai ficar marcado na trajetória como o ‘Dia do Fico’. Significa mais desenvolvimento e mais empregos para o nosso estado, com projetos de perfuração e de energia renovável”, disse.
Na entrevista concedida à Inter TV Cabugi, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, falou também sobre a perspectiva para manutenção dos preços dos combustíveis no país.
“A política da companhia não significa tabelar preços e que ele não vai sofrer variações, significa incorporar ao preço a vantagem do país ser autossuficiente no petróleo, e ter mais de 80% da capacidade de refinar e transformar no produto final. Isso precisa ser vantajoso para a economia brasileira”, apontou.
Segundo o presidente, a nova política adotada pela empresa fez valorizar as ações da estatal em torno de 40%.
Ainda na entrevista, Prates falou sobre os traumas sofridos pela Petrobras em gestões anteriores e avaliou o seu desafio a frente da estatal.
“Os sistemas de cartéis de empresas foi alimentado ao longo de muitas décadas e estourou no processo de euforia de investimentos na Petrobras por meio da cooptação de gestores da companhia. No fim, a empresa foi penalizada no lugar das pessoas, sem que elas tivessem nenhuma relação”, disse Jean.
“Um dos grandes desafios da nossa gestão é resgatar a credibilidade para que o mercado não tenha resistência em ser sócio do estado brasileiro”, completou.
No dia 7 de junho, a Petrobras concluiu a transição e passou a exploração de petróleo e gás no Polo Potiguar para a empresa 3R Petroleum.
O polo concentra três subpolos de exploração de petróleo e gás, além de toda a estrutura do ativo industrial de Guamaré, no litoral Norte do estado. Entre outras estruturas, está a refinaria Clara Camarão.
“Quando assumimos não poderíamos reverter o processo de venda, pois já estava assinado, só fizemos a entrega do ativo. A partir da venda, começamos a olhar imediatamente para as pessoas. Estamos trabalhando em um processo para reorganizar estes funcionários”, falou Jean Paul Prates.
Fonte: G1RN
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