Curdos iraquianos votaram em referendo de independência (Foto: Safin Hamed/AFP)

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, exigiu na última quarta-feira (27) a anulação do resultado do referendo de independência organizado na segunda-feira no Curdistão e outras regiões em disputa com Bagdá.

“O referendo deve ser anulado e deve começar um diálogo no âmbito da Constituição. Não falaremos jamais do resultado do referendo”, declarou aos deputados do Parlamento iraquiano, citado pela France Presse.

Com 92,73% dos votos, o “sim” à independência venceu o referendo, de acordo com resultados oficiais divulgados nesta quarta.

“O ‘sim’ obteve 92,73%, e o ‘não’, 7,27%, de um total de 3.305.925 votantes”, afirmou a comissão, acrescentando que a participação foi de 72,16%.

Em outras ocasiões, Abadi disse que o referendo é um “perigo para todos os iraquianos” e os países da região.

Na terça-feira (26), o presidente a região autônoma do Curdistão, Masud Barzani, anunciou que o “sim” venceu no referendo pela independência.

A votação ocorreu na região autônoma, no norte do Iraque, que inclui as províncias de Erbil, Solimaina e Duhok, assim como nas zonas que os curdos disputam com o governo central iraquiano.

“Peço a Haider al Abadi e aos demais que não fechem a porta do diálogo, porque é com o diálogo que resolveremos os problemas”, disse Barzani em um discurso televisionado.

Os curdos, divididos entre Iraque, Síria, Irã e Turquia, nunca aceitaram o tratado de Lausanne (de 1923) que os deixou sem um Estado independente.

Fonte: G1

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