Entrada do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. (Arquivo) — Foto: Francielly Medeiros/Inter TV Cabugi
Entrada do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. (Arquivo) — Foto: Francielly Medeiros/Inter TV Cabugi

A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte, Liane Ramalho, classificou como “problema crônico” a lotação do Hospital Walfredo Gurgel, na Zona Leste de Natal.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a registrar 15 macas retidas com pacientes, na unidade, na manhã desta segunda-feira (7), o que deixou a cidade sem operação de ambulâncias de suporte básico.

A titular da pasta afirmou que discute soluções para o problema de sobrecarga da unidade de saúde com os municípios do estado, porque, segundo ela, a alta demanda sobre o hospital ocorre por falta de atendimento de pacientes com casos leves em unidades de saúde dos municípios.

“Realmente são imagens muito cruéis, muito dolorosas e são imagens crônicas. São imagens que nós vemos há muitos anos. Desde o início da gestão passada, a gente vem fazendo uma ampliação nos nossos hospitais regionais, de qualificação dos atendimentos da ortopedia. A gente tem feito uma ampliação em mais 15% e isso reverberou muito positivamente na não vinda desses pacientes aqui para o Walfredo Gurgel. Isso fez com que hoje a gente não tenha uma situação muito pior”, afirmou, em entrevista à Inter TV Cabugi.

De acordo com a secretária, o Hospital Walfredo Gurgel passou seis meses sem problema de superlotação, mas voltou a ter o cenário de macas nos corredores ao longo de julho.

De acordo com ela, a pressão ocorre por parte de municípios, principalmente da região metropolitana, que enviam pacientes com casos leves para a unidade, que é voltada originalmente para casos de alta complexidade.

“É um problema realmente crônico e não é um problema só da Secretaria de Saúde Pública, é um problema do estado, dos municípios”, afirmou.

“Nós temos na porta do Walfredo Gurgel pacientes com problemas ortopédicos de baixa complexidade que não são do Walfredo Gurgel. Ele tem um perfil de alta complexidade, de politrauma. Então esses pacientes de baixa complexidade eles tem que ir realmente para uma outra porta. Nós estamos trabalhando com os municípios de Parnamirim, de São Gonçalo do Amarante, de Macaíba, de Extremoz para o que nós estamos chamando de barreira sanitária. Vamos começar a fazer esse trabalho que não é um trabalho que a gente consegue fazer em curto prazo. Mas a gente precisa principalmente com Parnamirim, que é realmente a maior pressão do Walfredo Gurgel, e com os municípios da primeira, terceira e da quinta região. Esses municípios precisam dar conta desses pacientes”, afirmou.

A secretária ainda afirmou que a Secretaria Estadual está disposta a apoiar os municípios na implantação dos serviços e que vai discutir com as secretarias de saúde sobre o assunto na próxima reunião da Comissão Intergestores Bipartite, marcada para o dia 14 de agosto.

A secretária ainda afirmou que a resposta da pasta ao Judiciário foi sobre a responsabilidade conjunta com os municípios. No dia 1º de julho, a Justiça deu prazo de 72 horas para o estado se pronunciar sobre as medidas adotadas para esvaziamentos dos corredores.

“A gente precisa de forma urgente fazer esse referenciamento desses pacientes de baixa complexidade para que o Walfredo Gurgel possa assumir o seu perfil de alta complexidade do politrauma”, disse.

Fonte: G1RN

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