O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe) aprovou nessa quinta-feira (30) em assembleia uma greve contra o retorno das atividades presenciais na rede pública do município. Professores e funcionários prometem entrar em greve à medida que forem convocados para voltar ao trabalho nas escolas.
Mais de 230 profissionais votaram a favor da paralisação, que teve ainda 11 votos contrários e 19 abstenções. Maria Eduarda Quiroga Pereira Fernandes, coordenadora do Sindicato na capital fluminense, defendeu a decisão:
A paralisação abrange não apenas professores, mas todos os profissionais da rede municipal, inclusive as merendeiras, que segundo o prefeito Marcelo Crivella, estão sendo testadas para a Covid-19 para que seja possível reabrir o refeitório em 168 escolas. A testagem, de acordo com a prefeitura, mostrou que 228 delas já tiveram a doença.
No entanto, segundo o Sepe, a medida contraria decisões judiciais. O sindicato informou que desde março está em vigor liminar a qual determina que a prefeitura se abstenha de fornecer o almoço nas escolas. Segundo o departamento jurídico do Sepe, o município do Rio já foi intimado, nessa quarta-feira, a se manifestar em 24 horas sobre o descumprimento dessa liminar.
Outra decisão da Justiça proíbe a reabertura de unidades estaduais para o fornecimento de merenda escolar.
O Ministério Público do Rio de Janeiro e a Defensoria Pública do Estado emitiram recomendação ao prefeito para que mantenha as medidas restritivas de isolamento nas unidades de ensino da rede municipal e nas escolas e creches privadas.
O documento recomenda que o município do Rio se abstenha de promover a reabertura das atividades presenciais até que haja evidência científica para retomada segura das atividades.
O Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro (Sinpro), já tinha aprovado greve contra a retomada das aulas na rede particular no último dia 4 de julho e realiza nova assembleia neste sábado. Recentemente, o prefeito Crivella anunciou o retorno da rede privada para as turmas do 4°, 5°, 8° e 9° anos do Ensino Fundamental.
A prefeitura do Rio de Janeiro foi procurada, mas não nos respondeu até o fechamento dessa reportagem.
Fonte: Agência Brasil