Professores universitários das redes federal e estadual em mais de 30 instituições de ensino superior entraram em greve nesta quinta-feira (24), de acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Além dessas, nas quais já foi deflagrada a greve, há outras instituições com indicativo de paralisação.
“O quadro muda constantemente. O número de instituições tende a aumentar, porque estão ocorrendo rodadas de assembleias”, relata Alexandre Galvão, secretário-geral do Andes. Até a noite de quarta-feira (23), o Andes afirmou que eram 36 instituições afetadas. Nesta manhã, o número passou a ser 32. A definição, de acordo com o sindicato, ocorrerá até o fim desta quinta, quando será divulgada uma lista atualizada com os nomes dos locais em greve.
Procurado, o Ministério da Educação (MEC) informou que “estranha que a pauta que justifica a deflagração da paralisação em algumas universidades federais seja baseada em falsas premissas”. O MEC não informou quantas unidades são afetadas por greve ou protestos no país (leia mais abaixo).
De acordo com o Andes, o movimento é contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016, que limitaria os gastos públicos à variação da inflação pelos próximos 20 anos, e contra a Medida Provisória (MP) 746/2016, que institui a reforma do ensino médio. A reação às duas medidas levou ainda a uma série de ocupações de escolas que chegou a provocar o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O sindicato diz que a greve é a primeira desde 2003 que reúne tanto professores das redes federal e estadual de ensino superior. “A nossa indicação é por uma greve que realize atividades públicas (…) para explicar os riscos que a PEC 55 e a MP 746 representam para a Educação Pública em todos os níveis”, explica Eblin Farage, presidente do ANDES-SN.
Os grevistas afirmam que a PEC, caso seja aprovada, “limitará o orçamento das instituições e colocará em risco o pleno desenvolvimento de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão.” O Andes lembra ainda que reitores já manifestaram que o corte nos recursos deverá inviabilizar o funcionamento das instituições nos próximos anos.
*Fonte: G1