Já admitindo que só entregará a inflação na meta em 2017, o Banco Central passou a prever um IPCA ainda mais elevado em 2016. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a instituição informou que sua projeção de inflação no cenário de referência aumentou frente ao encontro anterior e se situa acima do centro da meta. O BC não divulga qual a taxa esperada na ata, apenas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que será divulgado um pouco antes do Natal.
No caso do cenário em que o BC usa parâmetros de mercado para desenhar seu cenário, a estimativa da autoridade monetária também aumentou, continuando acima do centro da meta. As informações foram divulgadas na manhã desta quinta-feira (3) por meio da ata do Copom da semana passada, que manteve a taxa básica de juros em 14,25% ao ano. A decisão, no entanto, não foi unânime (6 x 2), com membros do colegiado votando pela alta imediata da Selic.
A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e está em 4,5% para este ano e também para 2016 e 2017. Em 2017, a margem de tolerância será reduzida de 2 pontos porcentuais (pp) para cima ou para baixo para 1,5 pp. No Relatório Trimestral de Inflação mais recente, divulgado em setembro, a estimativa do BC para o IPCA do ano que vem estava em 5,3% no cenário de referência e em 5,4% no de mercado. Nesse mesmo documento, o BC informou que a chance de estouro da meta do ano que vem era de 20% no cenário de referência e de 22% no de mercado.