A prefeitura de Natal lançou recentemente um projeto de revitalização do bairro da Ribeira, chamado “Reviva Ribeira”, que inclui restaurações e pinturas de fachadas, ordenamento de placas, letreiros, novos espaços culturais e incentivo ao turismo e à vocação comercial do bairro.
Nessa segunda-feira (18), o projeto do município, orçado em R$ 30 milhões, foi habilitado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o primeiro passo para a execução. O projeto tem previsão de ser concluído em dois anos.
Inicialmente, segundo o município, serão restaurados imóveis no corredor da Praça Augusto Severo. São 17 casarões em quatro quadras no entorno do Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão.
A aposentada Severina Alves mora no bairro e fica triste quando caminha pelo bairro e vê ruas desertas, prédios abandonados, sujeira e lixo bem do lado da casa dela.
“Gosto muito daqui, mas eu digo que eu moro num bairro fantasma, porque é muito abandonado, não tem nada que você aproveite aqui”, lamenta.
O bairro, que surgiu às margens do rio Potengi, tem prédios históricos que sofrem com o abandono. Muitos imóveis ainda conservam as fachadas, mas os sinais do tempo e da falta de reformas demonstram a falta de cuidado que houve com a memória de Natal.
Num prazo de dois anos, o município pretende dar uma cara nova ao bairro. Quer atrair moradores e planeja também transferir secretarias municipais para casarões históricos da Ribeira.
“A tendência é que a ocupação da Ribeira passe a acontecer a partir dessas iniciativas que estão consolidadas agora do ponto de vista da habilitação junto ao BNDES. E agora é entrar na fase de execução”, explicou Dácio Galvão, secretário de cultura da capital.
A prefeitura também lançou projetos arquitetônicos fixos, como um no Beco da Quarentena, orçado R$ 355 mil. Agora, está à procura de parceiros na iniciativa privada para reformar o beco com recursos de renúncia fiscal.
“Eu posso adiantar que a prefeitura tomou uma iniciativa de fazer uma convocação para que aquelas empresas que possam trabalhar com a renúncia fiscal renunciem para além do teto estabelecido de R$ 220 mil e possam, sendo a renúncia aplicada em prédios fixos na Ribeira ou em ações que tenham a ver com patrimônios tombados, ultrapassar os R$ 220 mil indo até o limite da renúncia, que é de R$ 13 milhões”, falou o secretário de cultura.
A expectativa também é dar cara nova a locais como o Museu de Cultura Popular, a Fundação Capitania das Artes e o cais da avenida Tavares de Lyra. Para revitalizar a Ribeira, um grupo de trabalho foi formado, incluindo a Federação das Associações Comerciais do RN, uma das associações empresariais mais antigas do Brasil, com 129 anos, que surgiu na ribeira.
O município quer explorar o turismo histórico-cultural na Ribeira. “Nós temos que sair dessa condição de só praia. O turista tem que chegar e ficar em Natal. Conhecer um pouco da nossa história. Da visita do Roosevelt pro Vargas, que aconteceu na Ribeira”, falou Itamar Manso Maciel, presidente da federação.
Fonte: G1RN