QUAL A SAÍDA PÓS-PANDEMIA? – Maciel Matias

QUAL A SAÍDA PÓS-PANDEMIA? –

“O mundo mudou, e aquele mundo (de antes do coronavírus) não existe mais. A nossa vida vai mudar muito daqui para a frente, e alguém que tenta manter o status quo de 2019 é alguém que ainda não aceitou essa nova realidade”.

Átila Iamarino, Biólogo da USP

A saída após pandemia será mais difícil de enfrentar do que ela própria. Tudo será muito  incerto. O  World Economic Forum (WEF), reuniu 347 profissionais e gestores de grandes empresas de vários países, em vídeo conferência. Varias alternativas e estratégias foram discutidas e comentadas sobre as consequências que teremos de enfrentar. Saadia Zahidi, diretora-gerente do Fórum Econômico Mundial, disse na ocasião do encontro “A crise devastou vidas e os meios de subsistência. Provocou uma crise econômica com implicações de longo alcance e revelou as inadequações do passado. Temos agora uma oportunidade única de usar essa crise para fazer as coisas de forma diferente e construir economias melhores que sejam mais sustentáveis, resilientes e inclusivas”.

Certamente as economia emergentes terão mais dificuldades nesse momento. O WEF, identificou os possíveis impactos que os países enfrentarão no pós pandemia. Estima-se uma população de 500 milhões de pobres e miseráveis. A produção mundial terá uma redução de 3%,  uma das maiores já vista. O comércio sofrerá uma diminuição entre 13% a 32%, os investimentos estrangeiros sofrerão uma redução entre  30% a 40%. O desemprego será um dos maiores desafios, diante de um quadro anteriormente grave e deverá aumentar em função de uma automação exagerada. A necessidade do confinamento exigido forçosamente na tentativa de evitar o vírus, antecipou essa experiência, como permitiu o desenvolvimento de novas ferramentas digitais e melhoramento de algumas já em atividades. Ao mesmo tempo que esses avanços digitais se aprimoram, aumenta a insegurança de seu uso. Novas tecnologias chegam sem garantias de individualidade, pondo em dúvida a segurança cibernética das atividades e possíveis desvios de suas finalidades.

Saber conviver com o vírus, certamente será uma realidade que teremos que enfrentar até o surgimento de vacinas específicas, da mesma forma como ocorreu com várias doenças no passado, extremamente contagiosas que mataram milhões de pessoas em sua fase aguda, como Sarampo, Varíola, Cólera, H1N1 e muitas outras.

Além das grandes mudanças na economia mundial e nas relações de trabalho  dois ambientes terão grande comprometimento, a educação e o estado psicológico das pessoas. Estima-se um abandono escolar em torno de 80% e 34% de distúrbios mentais nos adultos.

Durante o WEF, foram identificadas quatro zonas de risco a serem enfrentadas no pós pandemia.

  1. As transições econômicas com modificações em sua estrutura.
  2. A paralisação e retrocesso na agenda do desenvolvimento sustentável.
  3. O trauma das roturas sociais.
  4. A adoção de tecnologias sem análises de seus efeitos, em função de utilização imediatista, aumentando o risco do uso.

Nem tudo será ruim.  Após grandes tragédias como as guerras, epidemias e transtornos ambientais e sociais, novas invenções e tecnologias de sobrevivência consolidam avanços de uma época, e certamente após o Covid-19 teremos alguns aceleramentos futurísticos. “Teremos uma escolha a fazer: queremos confrontar crenças e fazer mudanças significativas para o futuro ou simplesmente preservar o status quo?”, questiona Amy Webb a futurista professora da Escola de Negócios da Universidade de Nova York.

O fato é que teremos que entender que mundo novo é esse, como será esse novo normal e como teremos que nos preparar para todas essas mudanças, na busca de uma maior igualdade social, uma sustentabilidade que busque recuperar o meio ambiente de uma destruição acelerada e o reconhecimento da necessidade de integração mundial para uma sobrevivência com qualidade e liberdade.

 

 

 

 

Maciel Matias – Médico mastologista, maciel.omatias@gmail.com

 

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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