QUANDO O CÂNCER INFANTIL INTERFERE NA VIDA –
Ao falar de tratamento do câncer, estamos nos referindo ao objetivo comum que é de buscar a cura ou o alívio dos sintomas da doença. A própria patologia ou o uso de determinados medicamentos como: quimioterapia, radioterapia, dentre outros, podem ocasionar efeitos colaterais que vão diferenciar de paciente para paciente, de acordo com vários fatores. Cada pessoa vai encarar o impacto desse processo de forma individual. Alguns podem apresentar algumas implicações mais severas, enquanto outros não apresentam efeito colateral algum.
E um dos efeitos que pode ser observado é relacionado ao aspecto cognitivo, que é quando uma pessoa possui dificuldade no processamento de informações, abrangendo as tarefas mentais como: atenção, raciocínio e memória. Geralmente, os pacientes que se submetem à quimioterapia apresentam problemas cognitivos, o que pode vir a afetar a realização de atividades de sua rotina.
Na prática terapêutica ocupacional, na Casa de Apoio Durval Paiva, durante a terapia, é percebível o quanto o processo de tratamento interfere, direta ou indiretamente, em algumas crianças nas mais variadas áreas, como: dificuldade de concentração e atenção; de memória, como lembrar-se de coisas simples, por exemplo; problema com a compreensão ou entendimento, assim como, na execução de algumas tarefas; comprometimento do comportamento e das emoções e ainda o déficit cognitivo, sendo um dos fatores que pode persistir, podendo continuar por tempo indeterminado, por meses ou anos após o término do tratamento oncológico e ainda continuar na fase adulta.
Na Casa de Apoio, os principais aspectos que têm sidos constatados, além da atenção e concentração, são relacionados à diminuição da inteligência geral; decréscimo da capacidade de atenção; desenvolvimento social, emocional e comportamental atrasados; dentre outros que diretamente afetam o processo de aprendizagem e, muitas vezes, são empecilhos para os pacientes retornarem à escola, pelo fato de não se sentirem confortáveis, de certa forma, em exporem suas dificuldades diante dos outros.
Nesse caso, o profissional terapeuta ocupacional, que possui um olhar globalizado sobre o paciente, diante da análise, trabalha a fim de efetivar a estimulação cognitiva, para que estes fatores sejam minimizados. Isso se dá através de recursos que estimulem esse aspecto específico, como também, através de sugestões em relação ao uso de calendários e agendas que facilitem sua rotina. Atividades onde seja possível exercitar o cérebro e ainda incluir outras ações para complementar seus afazeres diários, como a conscientização da importância de uma atividade física e de atividades que sejam significativas e prazerosas.
Sendo ainda de suma importância as orientações aos pais, para que o processo transcorra em parceria, e assim, a evolução seja, de fato, alcançada de maneira que a criança e o adolescente consigam crescer enquanto ser, na perspectiva social, emocional e cognitiva, com sua autoestima elevada, seguro de si, com autonomia e independência necessárias para uma vida com qualidade.
Lady Kelly Farias da Silva – Terapeuta Ocupacional – Casa Durval Paiva – efito:14295-TO