QUANDO O PASSADO É TÃO PRESENTE, COMO PODE EXISTIR UM FUTURO, SE AINDA ESTAMOS PRESOS NO PRESENTE COM O PASSADO? – Flávia Arruda

QUANDO O PASSADO É TÃO PRESENTE, COMO PODE EXISTIR UM FUTURO, SE AINDA ESTAMOS PRESOS NO PRESENTE COM O PASSADO? –

Há dias em que parece que o peso do passado é tão intenso que sufoca qualquer esperança de um futuro diferente. As memórias insistem em ressurgir, as escolhas feitas ecoam como se fossem eternas, e a sensação de estar aprisionado no presente com o passado é avassaladora.

No entanto, em meio a essa névoa densa de lembranças, há uma luz tênue que insiste em brilhar. É a luz da possibilidade, da transformação e do perdão. É a luz que nos lembra que, embora o passado tenha moldado quem somos hoje, ele não define o nosso amanhã.

É verdade que carregamos conosco as marcas das experiências vividas, mas também carregamos a capacidade de escolher, de aprender e de crescer. Não somos prisioneiros do tempo, nem reféns das nossas histórias. Somos seres em constante evolução, capazes de escrever novos capítulos, repletos de superação e reinvenção.

O passado, como uma sombra persistente, se entrelaça com o presente, lançando suas memórias e experiências sobre nós. Minhas escolhas, alegrias e tristezas ecoam através do tempo, moldando o que sou hoje. Mas, apesar dessa influência, o futuro ainda é uma tela em branco, esperando para ser pintada com novas histórias e possibilidades.

Creio que o presente é o ponto de partida, mas não precisa ser uma prisão. Posso e devo aprender com o passado, honrar minhas raízes e, ao mesmo tempo, buscar novos caminhos. O futuro, ah, o futuro! É uma estrada que se desdobra diante de mim, e nessa jornada sou moldada pelas escolhas que faço agora.

O futuro não está condicionado ao passado, mas, sim, à forma como lidamos com ele no presente. É no agora que podemos transformar as cicatrizes em força, os arrependimentos em lições e as tristezas em combustível para a busca por um amanhã mais luminoso.

Portanto, mesmo quando o peso do passado parecer insuportável, lembro-me de que o futuro está à espera de uma decisão minha de seguir em frente. De fato, não estou presa no presente com o passado; estou, na verdade, desmistificando o passado, me desafiando a construir um futuro de possibilidades e redenção.

Então, que eu possa olhar para trás com gratidão e para frente com esperança. O passado é um professor, o presente é um desafio e o futuro é uma promessa. Que eu venha encontrar equilíbrio entre todos eles, criando um amanhã que reflita minha verdadeira essência, com todas as Flávias que habitam em mim.

 

 

 

 

Flávia Arruda – Pedagoga e escritora, autora dos livros: As Esquinas da Minha Existência e As Flávias que Habitam em Mim, flaviarruda71@gmail.com

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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