QUANTAS VIDAS UM PROFESSOR TOCA? –

Final de domingo e chega a mensagem: professor Juarez faleceu. Foi meu professorem 1991! Um querido! Brincalhão, divertido, fez a química ser matéria leve e de fácil compreensão. Ao passar em meu vestibular, perguntei um sem número de vezes a ele se eu precisava ir de branco para as aulas da faculdade. Ele ria e respondia que teria a hora do branco, mas não era no começo. Sempre rindo. Sempre leve.

Quantos alunos como eu ele teve? Aqueles que fizeram parte da estatística de aprovação. Aqueles que ficaram longe disso. Aqueles que amaram a química através dele. Aqueles que não entenderam nada, mesmo com seus esforços repetitivos.

A verdade é que o professor sempre deixa uma marca. Sempre! Sempre deixa uma semente plantada no coração do aluno. Seja o professor do fundamental, que nos ensinou a escrever. Seja o professor do ensino médio que nos apresentou às funções matemáticas. Seja o professor da graduação que nos permitiu nos apaixonarmos pela profissão.

Juarez deixou marcas em mim. Ele e outros tantos que sujavam suas mãos de poeira de giz, que entregavam listas de exercícios para complementar o conteúdo do livro, que entregavam provas com cheiro de álcool saindo do mimeógrafo para corrigirem com caneta vermelha e apontarem nossos erros, que olhavam nos nossos olhos e diziam “parabéns!” ou “estude mais, você é capaz”.

Juarez deixou um pedaço dele em mim e numa infinidade de alunos que, como eu, talvez não tenham tido a oportunidade de agradecer por tanto que nos fez.

Valeu, professor.

Obrigada por tudo!

 

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, Professora universitária e Escritora

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