QUANTO? –

Quanto você paga por aquilo que você ganha?

Ouvi esse questionamento em um podcast (Dando nome às coisas), destes que nos indicam e a gente vicia em ouvir. Um, dois, três, dezoito episódios seguidos. De repente, vem essa reflexão: Quanto você paga por aquilo que você ganha?

Lembro que na hora dei uma pausa no Spotify e repeti duas ou três vezes a pergunta para mim. Ela precisava fazer mais do que eco naquele momento. Essa reflexão precisava ser porto, ter âncora e se encaixar e firmar espaço dentro de mim. Para ser revisitada em momentos oportunos, quando valores parecem nos dizer que temos preços, que somos números. E não somos!

Qual o valor?

Quando se trabalha fora o salário se torna algo que confere status às compras: o preço de uma bolsa pode equivaler a dois dias de trabalho… ou quinze dias. A nova linha de skin care pode ser tão tão tão cara que deve ser parcelada em quatro vezes e tirar do salário o equivalente a sete dias de trabalho. Não importa! Sempre pagamos. Seja no crédito, parcelado ou além. Além do salário.

Porque mesmo quando não se está “trabalhando fora” (porque trabalhando dentro sempre estamos – veja a louça se acumular na pia!) algo acima do valor monetário é cobrado: nosso tempo! E esse não tem como ser reembolsado.

Então, o que é muito caro hoje para mim é a minha paz. Caro em valor, caro em sentido, caro em necessidade. Se me tira a paz, não vale um preço. Nada a substitui.

E para você?

Quanto você paga por aquilo que você ganha?

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, Autora de “O diário de uma gordinha” e  Escritora

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Uma resposta

  1. Nada custa caro quando podemos pagar. Independente a forma de pagamento, porém….se custa minha paz,minha saúde mental, é absurdamente muitíssimo cara.

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