QUE SEJAMOS LEVES, LIVRES E LOUCOS, CADA UM À SUA MANEIRA… –
Sou aquela que teria milhões de argumentos para defender o meu posicionamento político, mas acho que eles não cabem aqui, não aqui. Não agora.
Já pensei e defendi o que uma parte da população defende e apoia, talvez por isso não tomo como agressão certos comentários vindos de pessoas do meu convívio social/familiar. Aceito, sem deixar de lamentar profundamente, e sabe o porquê? Tem coisas que só aprendemos a duras penas, infelizmente. O que não desejo a vocês, terem que passar por coisas tão cruéis, ao ponto de implorar por mudanças por uma simples questão de sobrevivência.
Eu digo sempre, e disse recentemente numa conversa com uma pessoa amiga, que foi preciso meus filhos nascerem para que eu fosse politizada, afinando meu intelecto diante das coisas que aconteciam ao meu redor. Foram eles que me tiraram as vendas e me fizeram enxergar com os olhos do amor, do respeito e da aceitação, sem intolerância, apenas entendendo certas coisas que antes eu não via.
De verdade, eu não vejo a hora dessa mudança acontecer, e digo isso por sentir na pele o quanto temos sofrido financeiramente, culturalmente, democraticamente, socialmente, moralmente e quantos mentes eu puder falar, mas nem por isso vou vir aqui tentar catequizar vocês e nem quero. Acho tão óbvia a necessidade dessa mudança que me cansa ter que argumentar o que é tão evidente, por isso eu opto por me calar e evitar embates que não vão nos levar a nenhum lugar.
Se alguém quiser saber o que eu penso, o porquê do meu posicionamento terei maior prazer em dialogar, mas jamais atacar ou rebater e nem discutir. Só quem já pensou como o outro lado entende os motivos e suas razões. Eu entendo muito bem, sei que nossas histórias nos levam para este caminho. A maioria da minha família continua com o mesmo pensamento. Seja pela vertente religiosa, socioeconômica ou empresarial.
Já sobre valores… É questionável a minha compreensão sobre tal, mas não me cabe, pelo menos nesse momento, questionar aqui. Como diz Caetano “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.
Não vou me indispor por motivos políticos, tenho ignorado as mensagens que me são encaminhadas quando penso sobre o que realmente representa para mim os valores que me foram ensinados, dos quais passei para meus filhos, pois quando compreendo o que nos une de verdade, penso ser por isso que eu ignoro mensagens que me atravessam o peito como flecha. Sou da paz, do amor, da amizade, da alegria e de tudo que possa agregar para sermos felizes e do bem, no mais deixo de lado as diferenças e vou seguindo.
Amo viver, e talvez seja essa a minha grande motivação colocando em primeiro lugar o princípio da convivência coletiva: o respeito, por tanto, acho prudente não rebater ou querer impor minhas ideologias. Elas estão bem marcadas na minha caminhada, elas estão espalhadas pelas minhas redes sociais, pela minha casa, no meu trabalho, pelos lugares que frequento, entre os amigos que mantenho convívio diário e isso me basta.
Adotei um lema para minha vida: entre ter razão e ser feliz, eu prefiro ser feliz! Afinal, a bandeira brasileira não tem partido. Que sejamos leves, livres e loucos, cada um à sua maneira.
Flávia Arruda – Pedagoga e escritora, autora do livro As esquinas da minha existência, [email protected]
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores