QUE VOLTEM! –
Nesses dias de confinamento social compulsório, tenho mais relido do que lido.
Todos sabem que tenho uma admiração muito grande e especial pela boa música brasileira, o que em certo momento da vida me estimulou a escrever e publicar um livro de pesquisa de poesias musicais com o nome de “A Poesia na Canção”, em 2017, pela Offset Gráfica e Editora.
Fico a imaginar e começo a refletir sobre os deslumbrantes e imortais versos arquitetados em épocas passadas.
Imagino lá no subconsciente e me pergunto: perdemos todos esses poetas? Onde estão eles? Não surgirão outros? O mundo globalizado os atingiram e os tiraram de nós? Diminuiu a fertilidade poética dos bons compositores? Os morros cariocas fecharam suas fábricas de bons fazedores de sambas? Perdemos a identidade da velha e boa boemia? Não escutamos mais a poesia na música nem a música na poesia?
A famosa e histórica Lapa, glorioso reduto da boemia carioca, só se mantém acesa graças às interpretações dos inesquecíveis sambas de Noel Rosa, Ataulfo Alves, Mário Lago, Herivelto Martins, Lupicínio Rodrigues, Braguinha e outros de iguais cepas.
Como explicar essa varredura irracional e horizontal no campo da boa e aceitável produção musical brasileira?
Quando desejamos ouvir boas músicas, sempre recorremos às décadas passadas, tanto nas suas composições como em suas interpretações. É o que ainda nos restam, e ainda o que nos salvam.
Hoje, quando se pesquisam sobre bons compositores, poucos são lembrados (não tão novos): Oswaldo Montenegro, Ivan Lins, Vitor Martins, Mariza Monte, Arlindo Cruz e poucos outros.
No momento atual, somos impregnados (queira ou não) da música chamada “Sertaneja”, de péssima qualidade, sem nenhum conteúdo melódico, que infernizam nossos ouvidos e irritam nossas almas. E como tocam!
Seus intérpretes são todos oriundos do Estado de Goiás; as músicas, todas elas, são muito parecidas e têm em comum vozes muito semelhantes. Todos eles têm histórias parecidas: já trabalharam em roça e foram plantadores e apanhadores de tomates. Muita, muita coincidência! É a famosa voz do tomate.
E, ainda, o que também chama a atenção e assusta é que todos ficam ricos, milionários com pouquíssimo tempo de atividade artística. Todos passam logo a ser milionários fazendeiros, criadores de cavalos de raça e de bois e vacas de hotéis.
O que é que está havendo, meu povo? Perdemos completamente a nossa cultura musical? Nossos Noés não voltarão jamais? O nosso ícone atual, Chico Buarque, não mais produz? Onde anda Edu Lobo? Geraldo Vandré, pirou?
Que ressuscitemos Noel Rosa, Ataulfo Alves, Braguinha, Orestes Barbosa, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Dorival Caymmi e muitos e muitos outros inesquecíveis mestres da boa música.
Que voltem, que venham novas e boas gerações de compositores e de bons intérpretes, para que possamos voltar a ouvir e desfrutar da boa e universal música brasileira. Amém!
Berilo de Castro – Médico e Escritor, berilodecastro@hotmail.com.br
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