QUEDA E COICE –

A pandemia que ainda assola o mundo trouxe muita tristeza, com perdas irreparáveis, inesquecíveis; um desastre grandioso e doloroso.

Paralelamente, mexeu, e mexeu muito com a economia. O mundo parou e levou a economia a reboque.

O isolamento social, o confinamento, as regras sanitárias rígidas e necessárias foram eficazes e providenciais; por outro lado, teria um custo sim, que viria com certeza a pesar nas finanças das pessoas.

Com a economia parada, dispara uma reação em cadeia: as fábricas fecham, param, vem o desemprego, cai a produção, desaparecem as matérias-primas; vem a Lei da Oferta e da Procura ( pouco produto na praça, maior procura: preços nas alturas). Aí sobra para quem? Para o consumidor. Não tem como ser diferente. Cai, sim, o poder de compra das pessoas.

É assim, que estamos assistindo e vivendo, com aumento em cima de aumento; é fácil de observar quando vamos às compras nas cadeias de supermercados: o susto é grande, a agressão no bolso é imediata e sentida.

O momento faz lembrar a triste hiperinflação do passado, com aumento diário dos gêneros alimentícios; a maquininha trabalhando sem parar, remarcando os preços para cima as vinte e quatro horas do dia.

Enfim, estamos sendo duplamente vitimados: de um lado, o vírus violento, mortal — o coronavírus; do outro, o vírus da carestia, que tem maltratado muito e muito a população, levando ao desequilíbrio financeiro de forma gritante e assustadora para todos nós sobreviventes.

Sofremos a queda e ainda por cima recebemos o coice. Foi pouco?

 

 

 

 

Berilo de Castro – Médico e Escritor,  [email protected]

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