QUEM SOU EU NA FILA DO PÃO… Parte 3 –  Flávia Arruda

QUEM SOU EU NA FILA DO PÃO… Parte 3 – 
(aquela que ama viajar)

Depois do rolê no Mercado Municipal de São Paulo, no domingo à tarde, voltamos para o hotel com o intuito de descansar um pouco, para logo mais, dar continuidade a saga sobre a volta cultural por São Paulo, em apenas quatro dias. É que desafio dado é desafio cumprido, pelos menos estávamos nos esforçando para dar conta daquilo que nós mesmas havíamos nos impelido.

Mas, afinal, quem é você na fila do pão?

Nós somos aquelas garotas, cuja adolescência residiu entre os anos 80 e 90. Somos do tempo em que o rock nacional explode em protesto, nos chamando de “os filhos da revolução”. Sem pestanejar, afirmo que era uma turma boa e destemida que se dividiu entre os movimentos populares, ganhando as avenidas na luta pela democracia, clamando por justiça, pelos direitos iguais.

Lembrar desse tempo é refletir sobre o fato de que somente na Constituição de 1988 as mulheres passaram a ser vistas pela legislação brasileira como iguais aos homens, além disso, é constatar que 34 anos já se passaram e ainda estamos aqui na luta para fazer valer o nosso direito, este, instituído na nossa Carta Magna que estabelece o Brasil, como um Estado Democrático de Direito, pois bem, alguns direitos são tão óbvios e ainda assim, nem em forma de Lei, não conseguem ser respeitados.

2002 – “Falta da virgindade” deixa de ser motivo para anular o casamento; 2006 – É sancionada a Lei Maria da Penha; 2015 – É aprovada a Lei do Feminicídio; 2018 – A importunação sexual feminina passou a ser considerada crime; 2021 – É criada lei para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher. Quantas Leis mais teremos que instituir para garantir nosso espaço? Espaço este tão óbvio que revela o quanto nossa sociedade é demente, egoísta, capitalista e sem uma gota sequer de noção sobre o que significa a palavra

RESPEITO.

Quando, novamente, me faço a pergunta: Quem sou eu na fila do pão? Penso que NÃO É FÁCIL SER MULHER, mas, se já sobrevivemos a várias desordens sociais e pessoais e ainda estamos aqui, de pé, significa que somos muito massa e que temos força e coragem para vencer nossas dores e conflitos. A luta nos empodera, tonifica, alimenta apesar de muitas vezes nos fazer regurgitar as indignações e frustrações, fazendo cuspir sangue de nossos poros, o bom disso é que cuida em revitalizar nossas energias. Depois de renovadas só nos resta “levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima”. Ser mulher faz parte do processo evolutivo da humanidade. Ser mulher na nossa sociedade é um ato de coragem e rebeldia.

Eita! quase ia me esquecendo o motivo de ter me sentado de frente para o computador, que, além das minhas responsabilidades semanais literárias, é para escrever sobre o nosso domingo em São Paulo, mais precisamente sobre nosso tour pela Rua Augusta.

Em tempo, ou seja, quase aos quarenta e cinco do segundo tempo desta crônica, a rua estava toda iluminada, logo ao dobrarmos a esquina entre a Av. Paulista e a rua Augusta, avistamos um cara sentado na calçada ao lado de um estirão de livros expostos, visualizei de soslaio diversos títulos conhecidos da nossa literatura, tanto brasileira como mundial. Algumas pessoas em volta dos livros, folheando, lendo, outros comentando as histórias ali contidas. Já desci a rua com um sorrido no rosto, pois, ver jovens interessados por livros “velhos” expostos numa calçada, confesso, foi delicioso apreciar.

Na famosa Rua Augusta encontramos muita coisa legal, apesar da proximidade do fim do nosso tempo para aquele domingo, fomos descendo a rua e apreciando o movimento, as pessoas, as lojas, as galerias de arte, casas noturnas, ótimos restaurantes, teatros, um ambiente “diferentão” e lojas de roupas super transadas. Ah, comprei duas blusas maravilhosas num brechó super eclético.

Fomos desbravando, caminhando por toda sua extensão até quase no final da rua Augusta, voltamos com a missão de escolher alguns lugares descolados para provar da gastronomia, elegemos como entrada a Pizzaria https://www.opedacodapizza.com.br, que serve pizzas fatiadas de diversos sabores, a massa é algo do outro mundo, e os sabores de morder a língua, tudo de bom! Eu que nem sou besta, pedi uma cerveja para acompanhar.

A segunda e última parada para mais uma rodada de gastronomia a lá Augusta ficou por conta do restaurante York grill & shawarma (https://instagram.com/york.grill_augusta?igshid=YmMyMTA2M2Y=), eles servem shawarma e algumas opções de fast food árabe a preços atrativos.

Por hoje é só, meus queridos leitores. Voltamos na próxima crônica com a saga da volta cultural por São Paulo em apenas quatro dias, desta vez, sobre a segunda-feira. Mas afinal, QUEM É VOCÊ NA FILA DO PÃO?

 

 

 

 

 

Flávia Arruda – Pedagoga e escritora, autora do livro As esquinas da minha existência, flaviarruda71@gmail.com

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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