QUER ROMANCE, VÁ NA LIVRARIA –
Lembro que fui um dos convidados para apadrinhar Jesualdo em seu casamento. Igreja repleta de pessoas, o noivo de pé ante o altar, aguardava a sua amada, cuja chegada ao local do evento já atrasara mais de meia hora.
Finalmente ela adentrou à nave principal da catedral acompanhada pela canção “eu sei que vou te amar” de Vinicius de Morais.
Tudo estava lindo e transcorria às mil maravilhas, quando o padre perguntou: “Jesualdo, você aceita…”, o noivo o interrompeu e disse: “aceito qualquer coisa porque amo muito a Honorata”. Teria sido muito romântico, se a sua futura companheira não se chamasse Generosa.
Outro dia Jesualdo ligou contando haver o seu casamento acabado e que gostaria de conversar comigo. Dia seguinte, no calçadão da Jatiuca, estávamos os dois papeando.
Ele explicou o afastamento dos dois falando que já há algum tempo, Generosa estava sempre querendo testar a sua lealdade, deixando-o chateado em demasia.
Certo dia se encontrava em viagem de trabalho no exterior quando soube que ela sofreu uma overdose de remédios e morreu. Jesualdo, ficou abalado, tentando viabilizar o retorno a Maceió, sem conseguir.
Lá onde estava, ficou se sentindo horrível, como se sua fosse a culpa. Nem mesmo conseguia falar com a própria família, para saber como estava sendo o funeral.
Dias depois ao retornar ao Brasil, ainda em transito no aeroporto de Guarulhos em São Paulo, recebeu uma mensagem do número dela.
Acontece que Generosa, não tinha morrido, nem tinha tido uma overdose. – era só mais um teste para ver como o marido reagiria. Ela fingiu a própria morte e como ele não tinha conseguido estar presente na hora do fictício enterro, lhe enviou um outro recado via whatsapp, dizendo: – só para sua informação, já superei você e continuo viva.
E Jesualdo mesmo apaixonado por Generosa, buscou forma de se divertir. Encontrou outros colegas desquitados e começou a frequentar bares e boates de Maceió. Ele me falou que era uma loucura. As mulheres davam em cima dele com força e quanto mais ele ficava com elas, mais apareciam beldades a se oferecerem para uma noitada.
Contou que certa vez, estava meio namoradinho com uma médica, quando notou estar ela dando uma forçada de barra, sobre a situação dos dois. Ele respondeu: “Você é um oásis nesse deserto de mulheres rasas de hoje em dia, mas eu ainda estou preso em outro oásis, que é a minha ex”. Foi o fora mais poético que já deu em alguém.
Em outra oportunidade após sair alguns meses com uma bela moça, ela deu uma pressionada, falando a respeito do romance dos dois. Jesualdo, carinhosamente acariciando o seu rosto, respondeu: – querida se você quer um romance, dirija-se até a livraria no shopping e adquira um, de preferência “Mundaú”, de autoria do Carlito Lima. Só tenho condições de lhe oferecer muito carinho, boa companhia e sexo selvagem.
Uma máquina o Jesualdo…
Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras
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