QUERIA CONVERSAR COM TOM HANKS –

– Queria conversar com Tom Hanks!

– Por que exatamente ele?

– Porque ele me parece ser gente boa, sabe? Fala mansa. Olhos nos olhos. E você? Queria conversar com alguém?

– Alguém como?

– Alguém assim, entende? Que não é acessível por inúmeros motivos, mas que você acredita que se daria bem, que seria agradável conversar, aprenderia muito…

Seguimos numa lista divertida, beirando o impossível – ou totalmente impossível! -, cheia de opiniões e motivos que são tão nossos que ninguém tem o direito de discordar.

Entre os que me cativam, queria falar com Rossandro Klinjey. Assistimos a uma palestra dele sobre educação no período pré-pandemia que foi simplesmente fantástica.

Agora divido nossas vidas nestas fases: pré-pandemia e fase pandêmica e oro a Deus que viva, ainda, a fase pós-pandemia… Neste período pandêmico Rossandro esteve presente em muitos momentos aqui em casa, através de suas “lives” sobre os assuntos mais diversos. Seria, certamente, um daqueles que eu chamaria para um café. Entre uma xícara e outra lhe perguntaria se preferia açúcar ou adoçante e como ele vê o livre arbítrio.

– Não, Rossandro, você não me entendeu bem. Pergunto o que devo fazer com esta liberdade toda do livre arbítrio, entendeu? Acho que foi uma pegadinha de Deus para a gente. Assim como o Pai Nosso. Seja feita a Vossa vontade! Mas, às vezes, discordo da Vossa vontade. E continuo repetindo que seja feita. Não acha que foi pegadinha?

– Veja bem, Bárbara…

Continuaríamos nossa conversa. Mais xícaras de café e um pedacinho de bolo de ovos com glacê de açúcar e laranja. Que delícia…

Com Tom Hanks me pego perguntando-me como envelhecer em Hollywood! Não deve ser fácil, mesmo para os homens. Sim! Para os homens as cobranças estéticas me parecem menores, mas existem. Alguns homens sabem envelhecer de forma linda. Richard Gere e o próprio Tom Hanks. Por outro lado… temos umas figuras… Sei não…

Voltemos aos sonhos de conversas…

Falaria também com Nicholas Sparks e perguntaria qual o motivo insano dele acabar com a vida dos seus personagens masculinos. Sempre tive esta curiosidade…

Fomos falando cada um a seu tempo sobre as incríveis pessoas que gostaríamos de papear. Andávamos pela praia, molhando os pés e desviando das poucas pessoas que encontrávamos no caminho.

Rimos com nossos motivos bobos e infantis e outros curiosos e sensatos.

Entendi naquela conversa que a gente quer muito falar, mas que a gente precisa, realmente, ouvir… E, cá para nós, que presente Deus nos dá quando encontramos alguém para dividir nossa vida que nos deixa tão a vontade que somos capazes até de contar os nossos mais tolos sonhos…

Isso eu não contaria a Tom Hanks!

 

 

 

 

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, professora universitária e escritora

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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