QUERIA QUE NÃO PRECISÁSSEMOS –
Queria que nunca, nenhum de nós, tivesse passado por coisas que precisasse esquecer, queria que nunca tivéssemos que superar ou tentar entender tantas coisas, tantos momentos. Queria que nenhuma situação fosse difícil ou dura o suficiente a ponto de doer. Para ninguém.
Mas, Dona Vida, com seus labirintos, suas lições tortuosas, tem uma forma única de ensinar. Uma forma árdua, porém eficaz, de transformar o barro comum na pessoa única que nos tornamos.
Cada passo, cada queda, cada erro ou acerto, é o que nos transforma. Nos ensina sobre amor, perdão, paciência. Ensina-nos sobre dar e sobre receber. Cada dúvida nos permite aprender que cada deslize faz com que criemos novas formas de levantar, cada dor nos torna mais fortes, mais conscientes, mais coerentes para aprendermos as próximas lições.
Todos temos máculas, grandes ou pequenas, no nosso curriculum. A forma de encará-las é o que nos caracteriza, nos particulariza. Seria perfeito se todos fossem bons, se tudo fosse ótimo. Mas não somos perfeitos e só poderemos deixar tudo ótimo quando aprendermos com nossos erros, aceitá-los e tentar mudar o que está imperfeito em nós.
Fugir, “cabular” as aulas que a Vida nos dá não soluciona, ao contrário disso, atrasa e agrava a resolução do problema, a aprendizagem da lição.
Entender a si próprio, entender o próximo, aceitar os limões e fazer mousse (é melhor que a limonada) é o mínimo que fazemos por nós e pelos outros. Coloque-se na pele do vizinho quando tiver que perdoar, jamais para repetir ou revidar os seus erros.
Somos o que aprendemos ser e seremos aquilo que estamos estudando para ser. Se quisermos, seremos melhores. Se quisermos, não precisaremos passar por nada que seja “menos” porque isso será apenas um capítulo da nossa história e não o resumo do nosso livro!
Ana Luiza Rabelo, advogada ([email protected])