QUO USQUE TANDEM ABUTERE, CATILINA, PATIENTIA NOSTRA? –
A sucessão de escândalos, um atrás do outro, a corrupção desenfreada, a falta total e absoluta da mais mínima ética e honestidade estão tirando a paciência e o humor dos brasileiros sérios, honestos, trabalhadores e super, hiper, ultra tributados. O mês de abril, então, quando acertamos as contas com o famigerado leão do imposto de renda é que a revolta torna-se exponencial. Além dos impostos embutidos em tudo o que compramos, desde o papel higiênico até o automóvel, passando por vestuário, alimentação, habitação, lazer, o diabo a quatro, ainda pagamos quase um terço da renda bruta para esse desgoverno dos petralhas torrar o nosso suado tributo com falcatruas as mais absurdas. Some-se a isso a Contribuição previdenciária oficial – INSS, Previdência complementar e fundos de aposentadoria, PIS, COFINS, ISS, FGTS, taxas e anuidades de cooperativas, órgãos de classe, sindicatos e no final você vai colocar no bolso apenas um terço da remuneração do seu trabalho. “Colocar no bolso”, vírgula, como se dizia antigamente, vai gastar com todos os itens necessários para manter-se, e à família, dignamente.
Toda essa roubalheira nós tomamos conhecimento, está publicada na imprensa. E aí vem a pergunta da colega Edna Trindade: e nós, o que fazemos? Há de se dizer que a grande arma é o voto. Tenho procurado votar corretamente, mas é uma frustração em cima da outra. Quando não há corrupção, há inépcia e incompetência, aliás, o mais comum é ocorrer tudo junto. Alguns petistas doentes (o que considero um pleonasmo redundante e inaceitável, pois basta dizer petista) querem acusar a imprensa, principalmente a Revista Veja. Mas, agora não tem mais jeito: é a imprensa toda, de cabo a rabo noticiando – é impossível omitir – os escândalos nos mais altos escalões do governo. É por isso que o PT tenta amordaçar a imprensa com uma censura prévia disfarçada de regulamentação.
Mas, nada disso é novidade. No ano 63 antes de Cristo, Marcus Tullius Cicero, cônsul romano, reuniu nas Catilinárias uma série de quatro discursos célebres (em latim In Catilinam Orationes Quattuor). Mesmo passados dois mil anos, ainda hoje são repetidas as sentenças acusatórias de Cícero contra Lúcio Sérgio Catilina, declaradas em pleno senado romano:
“Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem o temor do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu perturbar-te?
Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?
Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?
Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste?
Oh tempos, oh costumes!”
O primeiro e o último destes discursos foram dirigidos ao senado de Roma, os outros dois foram proferidos diretamente ao povo romano. Todos quatro foram compostos para denunciar explicitamente Lúcio Sérgio Catilina.
Falido financeiramente, Catilina, filho de família nobre, juntamente com seus seguidores subversivos, planejava derrubar o governo republicano para obter riquezas e poder. No entanto, após o confronto aberto por Cícero no senado, Catilina resolveu afastar-se do senado, indo juntar-se a seu exército ilícito para armar defesa.
No ano seguinte o rebelde falido caiu, vindo a morrer no campo de batalha.
Na contemporaneidade (saudades de Carlos Lacerda) seria suficiente o eleitor brasileiro dar um “BASTA!!!”: às pretensões ditatoriais do PT; à corrupção em todas as esferas do governo; ao desperdício do dinheiro do contribuinte com a construção de um porto de um bilhão de dólares em Cuba, à dispensa de dívidas de países africanos; à monstruosa e inaceitável quebra da Petrobras, com o escândalo da compra de uma refinaria que foi superfaturada em mais de um bilhão de dólares; aos gastos escandalosos com estádios de futebol, o de Natal custou quatrocentos milhões e o governo vai pagar um bilhão e duzentos milhões (por quê???); ao apoio político ridículo aos regimes de republiquetas ditatoriais falidas como Cuba, Venezuela, Bolívia, et caterva… vou parar, pois, como disse no início, a sucessão de escândalos é interminável.
A cúpula do PT está toda na cadeia em pleno governo do PT. Já imaginaram a pecha de perseguição política se o ocorrido fosse sob a égide de outro partido?