A Rainha Elizabeth II declarou que a saída do Reino Unido da União Europeia em 31 de outubro é a prioridade do governo britânico. A afirmação foi feita no discurso desta segunda-feira (14) na tradicional sessão de abertura do Parlamento.
Ela leu suas palavras na Câmara dos Lordes, mas os membros da Câmara dos Comuns foram convocados para participar da cerimônia.
O discurso da rainha faz parte da cerimônia de abertura do Parlamento, que marca o início do ano parlamentar. A cerimônia começou com uma procissão, na qual Elizabeth II foi do Palácio de Buckingham até Westminster em sua carruagem.
O governo, segundo a rainha, está comprometido a garantir políticas para que os europeus que hoje moram no Reino Unido possam permanecer lá após a saída da União Europeia. Haverá leis para reforçar esse comprometimento, disse ela.
O Reino Unido, disse ela, “continuará a ser um líder em assuntos globais” mesmo depois do Brexit.
Ela citou outras prioridades, como uma reforma da malha férrea, penas mais duras para crimes violentos, aumentar investimento em ciência e garantir que 2% do orçamento vá para defesa.
A rainha também citou que haverá esforços para combater a mudança climática e a poluição.
Suspensões e decisões da Justiça
Boris Johnson, o primeiro-ministro, se juntou a outros representantes da Câmara dos Comuns para escutar o discurso da rainha. Ele sorria ao ouvir a leitura.
Houve duas suspensões do Parlamento antes da ida da rainha ao Parlamento. Uma delas é protocolar, de poucos dias. Mas, antes disso, Johnson havia tentado suspender o Legislativo por mais tempo.
Em 24 julho, Johnson chegou ao poder defendendo a saída do Reino Unido da União Europeia em 31 de outubro, com ou sem acordo, respeitando a promessa feita pelo Partido Conservador após o referendo que decidiu pelo divórcio em 2016.
No dia 28 de agosto, o premiê pediu à rainha para suspender – ou, no termo técnico, prorrogar – o Parlamento. A decisão é, em última instância, da monarca. Porém, ela agiu sob recomendação do primeiro-ministro.
À imprensa, o premiê argumentou que a paralisação era necessária para que ele pudesse apresentar uma nova pauta legislativa.
A decisão dele foi considerada ilegal pela Suprema Corte do Reino Unido.
Fonte: BBC