RAINHAS DE BATERIA –
Filho de funcionários públicos, havendo frequentado o regime de internato do colégio Marista, onde já a partir dos quatorze anos de idade não somente estudava, como com autorização de meus genitores, também ensinava na educandário noturno da instituição conhecida como escola Champagnat, frequentada por pessoas carentes residentes no Vale do Reginaldo em Maceió, sempre soube ser a vida repleta de desafios e contratempos, sendo comum uns se decepcionarem com outros.
Aprendi nunca esperar muito dos semelhantes, evitando trazer comigo desilusões e frustações desnecessárias, então o tempo passou, e com a chegada das dores que aos poucos se espalham no corpo, fui aprendendo a viver em um mundo de vaidades, onde pessoas estão mais preocupadas com aparências e interesses próprios.
Seguindo a vida inseridos em muitos contextos sociais e profissionais, vamos deparando com indivíduos que em detrimento do bem-estar coletivo, buscam incessantemente exposição, tentando a projeção pessoal, utilizando o brilho de semelhantes e até instituições, como trampolim para a sua própria visibilidade, no entanto, quando surgem dificuldades, esses se abstêm de oferecer qualquer opinião ou solução, preferindo permanecer à margem até que os problemas sejam resolvidos
Em minha ótica, tais criaturas agem como verdadeiras “rainhas de bateria” nos momentos festivos, surgindo em destaque apenas quando há celebrações e holofotes, prontos para colher louros e admiração do público. Contudo, na hora do trabalho e decisões por simples que sejam, desaparecem, deixando o peso das responsabilidades nas mãos dos já sobrecarregados.
Reitero jamais haver me decepcionado com aqueles que em detrimento do “nos”, insistem em divulgar o “eu”, pela certeza de que a fanfarice de tais seres, somente “Freud” pode explicar, por outro viés, é fundamental reconhecer e valorizar os que além de estarem presentes nos momentos festivos, também se dispõem a enfrentar desafios com coragem e colaboração, fortalecendo, a construção de ambiente onde o sucesso venha ser compartilhado e todos tenham oportunidade de se destacar de maneira justa e verdadeira.
Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras
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