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Reajuste do salário mínimo: confira os valores em outros 40 países

Em maio, o salário mínimo no Brasil vai passar de R$ 1.302 para R$ 1.320. É um valor insuficiente para comprar duas cestas básicas em 11 capitais brasileiras em janeiro de 2023, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Em setembro do ano passado, o mesmo Dieese calculou também que o valor base para sustentar uma família de quatro pessoas no país seria de R$ 6.298,91 — é uma conta que considera itens como alimentação, educação, higiene, lazer, moradia, saúde, vestuário, transporte e até previdência.

E como é o salário mínimo em outros países?

Primeiro, é importante ressaltar que é difícil fazer uma comparação entre diferentes locais em valores nominais.

É um quadro mais complexo, com diversos fatores a serem levados em consideração — como o poder de compra em cada país.

“O primeiro item para comparação é a paridade do poder de compra. Depois poderia-se checar o mínimo em relação ao salário médio ou mediano do país. Na Carta Social Europeia o mínimo é entre 50%-60% do salário do país”, diz Carlos Alberto Ramos, professor do Departamento de Economia na Universidade de Brasília (UnB).

Naercio Menezes Filho, economista e professor no Insper, diz que “o ideal é comparar salário mínimo com salário médio [que está em R$ 2.700 no Brasil]. Por esta métrica, o Brasil não está mal. Dá para aumentar mais um pouco, mas com cuidado para não causar inflação e aumentar muito o gasto público”.

O salário mínimo brasileiro, na conversão em dólar, fica em US$ 250. Na América Latina, o maior valor pago na região está na Costa Rica (US$ 603).

Veja um levantamento dos mínimos latino-americanos em 2023 feito pelo site Bloomberg Línea:

  • Argentina: US$ 189
  • Bolívia: US$ 325
  • Chile: US$ 475
  • Colômbia: US$ 242
  • Costa Rica: US$ 603
  • Equador: US$ 450
  • El Salvador: US$ 365
  • Guatemala: US$ 403
  • Honduras: US$ 316
  • México: US$ 325
  • Panamá: US$ 326
  • Paraguai: US$ 349
  • Peru: US$ 269
  • Uruguai: US$ 540
  • Venezuela: US$ 8

Segundo o Bloomberg Línea, em média o reajuste na região foi de 8% entre os países que já definiram seus aumentos.

Esse é um ponto importante porque a inflação, no mundo todo, tem sido uma preocupação com a corrosão que provoca sobre salários de uma forma geral.

Já na África do Sul, parceiro do Brasil nos Brics, a projeção para 2023 é de que o mínimo fique aproximadamente em US$ 210.

Na Europa, o maior valor do mínimo está na pequena Luxemburgo, com o equivalente a US$ 2.545.

Veja a seguir a compilação da Eurofound, agência da União Europeia, com os valores de 2023:

  • Alemanha: US$ 2.111
  • Bélgica: US$ 2.084
  • Bulgária: US$ 425
  • Croácia: US$ 746
  • Chipre: US$ 943
  • Eslováquia: US$ 746
  • Eslovênia: US$ 1.390
  • Espanha: US$ 1.342
  • Estônia: US$ 772
  • França: US$ 1.821
  • Grécia: US$ 886
  • Holanda: US$ 2.061
  • Hungria: US$ 617
  • Irlanda: US$ 2.035
  • Letônia: US$ 660
  • Lituânia: US$ 895
  • Luxemburgo: US$ 2.545
  • Malta: US$ 895
  • Polônia: US$ 795
  • Portugal: US$ 945
  • Romênia: US$ 646
  • República Tcheca: US$ 764

 

Áustria, Dinamarca, Finlândia, Itália e Suécia não aparecem na lista porque não têm um salário mínimo definido por lei.

Estados Unidos e China

 

Nos Estados Unidos, o valor federal está em US$ 7,25 por hora ou US$ 1.160 mensais. É o mesmo piso desde 2009. Protestos ocorrem periodicamente reivindicando que esse valor passe para US$ 15/hora.

Muitos Estados norte-americanos (e cidades também) adotam seu próprio mínimo. O Estado de Washington, por exemplo, oferece o maior valor, US$ 15,74 por hora. Já na capital do país, a municipalidade de Washington fixará o salário no ano de 2023 em US$ 16,10 a hora.

A China também tem um sistema que varia conforme a região. O Ministério de Recursos Humanos e Segurança Social do governo chinês divulgou no começo do ano os valores para cada uma das 31 províncias.

Xangai tem o maior valor, com US$ 400 ao mês e, no final da tabela, está a província de Lianongue, com US$ 224 mensais.

Os governos locais definem esses valores levando em consideração pontos como custo de vida, desenvolvimento econômico da região, gastos com moradia, entre outros.

Fonte: G1

Ponto de Vista

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