Rebelião em presídio deixa celas destruídas em Aparecida de Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Rebelião em presídio deixa celas destruídas em Aparecida de Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Detentos do regime semiaberto fizeram uma rebelião na tarde dessa segunda-feira (1º) na Colônia Agroindustrial, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital. Em nota divulgada nesta noite, a Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) informou que nove presos morreram, 14 ficaram feridos.

A quantidade de óbitos já havia sido dita pelo coronel Divino Alves, comandante da Polícia Militar de Goiás. Ainda conforme a Seap, uma rixa entre grupos rivais provocou o motim e os homicídios. Durante o confronto, eles atearam fogo à cadeia e os corpos foram carbonizados. A perícia realiza o trabalho de identificação.

A Seap destacou ainda que 106 presos fugiram no momento da rebelião, sendo que 29 já foram recapturados. Outros 127 deixaram o presídio por conta da confusão, mas retornaram voluntariamente quando a situação se acalmou.

A rebelião começou por volta das 14h e foi controlada duas horas depois.

O Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) informou que recebeu 11 presos feridos durante a rebelião. Entre eles, “nove encontram-se estáveis, apesar de terem sofrido diferentes tipos de lesões”.

Outros dois têm estado de saúde considerado grave: um deles “encontra-se entubado e sedado após ter sofrido queimaduras e ter sido intoxicado por fumaça”; já o segundo “está com uma bala alojada no ombro esquerdo e vai passar por tomografia para análise da forma de tratamento adequada”.

Já o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), disse que recebeu outros dois feridos e ambos estão conscientes, orientados, respirando espontaneamente e passando por avaliação médica.

Os hospitais não têm informações sobre o 14º preso ferido informado pela Seap.

A Seap informou que a rebelião foi provocada depois que presos da ala C invadiram as alas A, B e D, onde ficam detentos rivais. Neste momento, a unidade prisional foi incendiada.

Os bombeiros foram acionados para atuar no combate ao fogo, que formou uma grande nuvem de fumaça.

Agentes do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope) atuaram no local com apoio do Batalhão de Choque e do Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer), ambos da vinculados à Polícia Militar.

Parentes de detentos da Colônia Agroindustrial estiveram na porta do presídio durante a rebelião para saber se algum deles havia se ferido. A mãe de um dos presos conseguiu ver o filho, mas muitas ficaram desesperadas por informações.

Na ocasião, os familiares disseram que os presos pedem por melhores condições de alimentação e higiene na penitenciária. “O lanche da manhã não dá para todos. A água desce três, quatro vezes por dia. Os caras ficam com coceira, bicheira aí dentro”, afirmou uma das parentes.

A avó de um dos detentos comentou que soube que o neto estava passando por dificuldades devido à falta de estrutura do local. “Faz quatro dias que eles estão sem água, sem beber nada, sem comer”, reclamou.

Fonte: G1

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