O presidente Michel Temer pretende manter a idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e mulheres, na proposta de reforma da Previdência Social, que será encaminhada ao Congresso Nacional. Esse limite também valerá para os servidores públicos, cujo sistema poderá ser unificado ao dos trabalhadores da iniciativa privada. Esse ponto tem sido contestado pelas centrais sindicais. Ontem 85 representantes de sindicatos ligados a quatro centrais, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), se encontraram com o presidente interino, para falar sobre esse assunto. Esse grupo representa cerca de 60% dos sindicatos e tem aproximadamente 5 milhões de filiados. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) não tem participado de reuniões com Temer por não reconhecer a legitimidade do governo interino.
O governo admite recuar na proposta de desvincular os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do salário mínimo, pois essa desvinculação barraria o andamento da reforma, por ser um tema que também provoca discórdia. Contudo, foi dada a garantia de que haverá regras de transição para quem já está no mercado de trabalho. O presidente, que completou 27 dias no governo, afirmou que não fará nada contra os trabalhadores e apelou por compreensão e diálogo, “em nome do país”, que assumiu em grande dificuldade. “Elas são maiores do que vocês podem imaginar”, declarou. “Temos que fazer mudanças por meio do diálogo. Vamos nos entendendo. Não podemos ir da cordialidade para a falta de cordialidade”, afirmou Temer. Já está marcada para amanhã uma nova reunião das centrais sindicais, desta feita com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha e o da Fazenda, Henrique Meirelles, no Palácio do Planalto.