A população mais vulnerável da Coreia do Norte enfrenta risco de fome com o agravamento da situação econômica provocada pelo bloqueio imposto pelo país para combater o coronavírus e as sanções internacionais por seu programa nuclear, segundo um relatório da ONU.

No início do ano passado, o comércio com a China, principal aliada da Coreia do Norte diminuiu muito, em grande parte por causa de uma estratégia dos norte-coreanos para tentar se proteger do coronavírus.

Em julho, o canal estatal KCTV admitiu que a Coreia do Norte enfrentava uma crise alimentar e que o setor agrícola do país não consegue alimentar a população.

No mesmo mês, o dirigente Kim Jong-un declarou que a situação alimentar estava ficando tensa.

O relatório foi redigido por Tomas Ojea Quintana, relator especial da ONU para direitos humanos. No texto, ele afirma que os norte-coreanos lutam diariamente para levar uma vida com dignidade e o agravamento da situação humanitária pode virar uma crise.

Sanções internacionais

O país enfrenta múltiplas sanções internacionais por seus programas nuclear e balístico, que avançaram rapidamente sob o governo de Kim.

Quintana, da ONU, afirma que as restrições deveriam ser flexibilizadas para proteger os mais vulneráveis do país ante a escassez alimentar.

“As crianças e os idosos mais vulneráveis estão em risco de fome”, completou.

“As sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU devem ser revistas e aliviadas quando necessário para facilitar a entrega de assistência humanitária”, afirma o relatório.

O documento foi divulgado três meses depois de a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) afirmar que a Coreia do Norte enfrenta uma carência de quase 860 mil toneladas de alimentos este ano.

Pyongyang abandonou as negociações sobre seu programa nuclear desde o fracasso da segunda reunião de cúpula entre Kim e o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Hanói, Vietnã, em 2019.

Com o atual presidente Joe Biden, Washington declarou a disposição de reunir-se com representantes norte-coreanos, ao mesmo tempo que insiste em buscar a desnuclearização.

Mas esta semana, Kim Jong-un culpou o governo dos Estados Unidos pelas relações tensas e afirmou que as armas nucleares são defensivas, não dirigidas a algum país em particular.

Fonte: G1

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