RELAX… –
Não sou boa em contas. Tabuada, nem me pergunte: quanto é tanto vezes tanto? Sei lá, nem vou queimar neurônio, pego uma calculadora e dou a resposta. Exatas… Exatidão não é o meu forte. Gosto das probabilidades, das dúvidas e das incertezas. Estimular meu pensar ao fazer uma média e imaginar os antes e os depois do que seria ou será, é, na realidade, aceitar as possibilidades dos desacertos, conceitos estes que desembocam na construção do alicerce do meu cerne.
Nem datas, nem nomes. Placas de carros, nem números de telefones. Nada de processar por muito tempo, coisas e fatos em desuso. Sou ruim mesmo em decorar aquilo que não é fundamental. Tenho uma leve suspeita que isso seja coisa da minha mente traquina, ela cuida em deletar tudo que possa me sobrecarregar. Ela apaga coisas irrelevantes, registra as mais marcantes, sem precisar acumular uma tonelada de megabytes na minha memória, com datas, horas, números e tensões nervosas, com a pressão de ter que saber a exatidão das coisas. Sem render-se aos riscos dos erros e atropelos naturais da vida.
Não me afogo em problemas, não me apego a pormenores e nem dou cabimento a picuinhas. Quando eles vêm, logo me dá um sono daqueles, parece que me deram uma coronhada. Relaxo, deito e durmo. Apago por algumas horas, o suficiente para renovas minhas energias e deixar o inconsciente buscar novos caminhos.
Não me ignorem, pensem comigo: se passarmos a noite inteira contando as telhas, amanheceremos um caco, só o bocal. Agora, se travarmos num sono bem relaxante… Gente, pela manhã os problemas continuarão lá. Assim, acordar para o dia que nos aguarda, com a mente descansada e tranquila, é cinquenta por cento do problema resolvido.
Façam o teste! Comigo é batata.
Flávia Arruda – Pedagoga e escritora, autora do livro As esquinas da minha existência, [email protected]