RETORNO ÀS COMPRAS –

Durante este isolamento forçado, muitas mudanças ocorreram e, ao que tudo indica, permanecerão no nosso cotidiano contrariando costumes arraigados há bastante tempo. Um exemplo são as compras via on-line. As vendas pela internet cresceram mais de 100% no Brasil, no período de março a junho deste ano.

O e-commerce – modalidade de comércio onde negócios e transações financeiras são realizados via dispositivos e plataformas eletrônicas como computadores, tablets e smartphones – é uma realidade ou, na conceituação do momento, o novo normal.

As categorias que tiveram maiores crescimentos, em volume de compras, foram os produtos de Cama, Mesa e Banho (166%), Eletrônicos (169%), Brinquedos (241%), Instrumentos Musicais (252%) e o setor de Bebidas e Alimentos, que encabeçou a lista com um aumento de quase 295%, em relação a idêntico período de 2019 – ressalte-se o elevado índice de vendas de bebidas alcoólicas.

Tudo leva a crer que essa modalidade de negócio se integrará, em definitivo, ao costume do brasileiro pela praticidade, comodidade e ante a possibilidade de uma análise mais apurada na qualidade, característica e cotejamento de preços do produto visado. Se já existia uma tendência natural nessa direção comercial, a quarentena decorrente da pandemia, acelerou o processo.

Porém – sempre existe um porém -, os dissabores resultantes de muitas dessas compras, também, são parte do jogo. A seguir, alguns dos problemas mais frequentes enfrentados pelos consumidores:

– entrega fora do prazo;

– não recebimento do produto;

– receber algo diferente do que havia comprado; e,

– receber o produto danificado.

Tais situações, numa loja física são facilmente resolvíveis, o que não acontece no comércio virtual. Torna-se, sim, um problema desgastante e complexo, que demanda tempo e muito aborrecimento. Basta-nos observar nos sites especializados de reclamações para constatarmos as lamúrias de consumidores insatisfeitos.

Eu, na condição de iniciante em compras pelo e-commerce, já levei inúmeras bordoadas nos costados, até criar juízo e procurar fazer a coisa certa. Acontece de todo e qualquer atraso na entrega do produto, o vendedor culpar os Correios. Nem sempre estão com a razão, porque existem outros meios de transferências ineficientes.

Pior que a tardança na entrega, é a empresa tentar  negociar a sua falha ao vender um produto esgotado no estoque, mediante a concessão de vale-crédito para a aquisição de outro de gênero diferente, por preço igual ou superior ao pago originalmente, arcando o consumidor com a diferença de valor da compra.

Criei juízo porque, agora, toda compra que faço observo antes as recomendações dos sites que tratam de avaliações de empresas. Um dos mais procurados é o ReclameAQUI (www.reclameaqui.com.br).

Ali as empresas são classificadas, pela reputação, por seis categorias:  Não recomendada, Ruim, Regular, Bom, Ótimo e RA 1000. Dessa forma, antes de comprar um produto ou contratar um serviço, você pode pesquisar quais são as empresas mais confiáveis e fazer um bom negócio. E mais: nada é cobrado pela consulta.

Sem mais aborrecimentos em negociações on-line, agora, o retorno  às compras será no novo normal.

 

 

 

José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro e Escritor

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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