Quem já leu ou viu cenas ou mesmo filmes, sobre as atrocidades que o ser humano foi capaz de praticar durante a Segunda Grande Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 a 1945, deve ter alguma vez já se perguntado o que de fato somos nós?
Bom, não vou discorrer na linha de que Hitler é a encarnação do demônio, ou coisa do tipo, porque esse tipo de mistificação já foi por demais colocado abaixo por vários historiadores que pesquisaram sobre o nazismo e o seu surgimento. Fatores históricos contribuíram em muito para o aparecimento e consolidação do partido que provocou a segunda grande guerra.
A pergunta que muitos comentadores da barbárie que tomou conta do mundo a partir de 1939, é, como uma nação como a Alemanha, desenvolvida, se rendeu literalmente aos discursos de Hitler acreditando em suas ideias e teorias de raça superior acreditando que aquela barbárie era posta a serviço da humanidade?
O Tratado de Versalhes que as forças vitoriosas da Primeira Guerra impuseram a derrotada Alemanha, hoje sabemos, contribuiu enormemente para a ascensão do nazismo. O fato de ser um acordo de paz, com a Alemanha assumindo a responsabilidade pela matança ocorrida entre os anos 1914-1918, tendo que cumprir uma série de exigências politicas, econômicas e militares, com pagamentos de indenizações financeiras altíssimas, foi como que um campo fértil para a explosão que veio depois, convulsionando o mundo a partir de 1939.
Após a Primeira Guerra Mundial o mundo viu surgir novas ideologias, como o fascismo, o nazismo e a implantação do comunismo na Rússia. Três ideologias que tiveram como mola propulsora a crença no Estado todo poderoso. Foi um aviso de que o Estado pode ser tomado por forças politicas populistas que levaram a humanidade a um de seus piores momentos.
O incrível é que o comunismo foi a ultima dessas ideologias a ruir c om a queda do muro de Berlim. O nazi-fascismo já tinha ruído. A lição que podemos tirar é que o Estado pode ser um gerador politico de atrocidades, ainda que servindo-se de um discurso contra o capitalismo. Que possamos aprender e não mais repetir essa barbárie. Mas será que conseguiremos?
Adauto Medeiros, engenheiro civil e empresário. [email protected]